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Funcionários da maior fábrica de iPhone na China entram em confronto com a polícia

Os trabalhadores protestaram contra as duras restrições impostas pelo governo chinês para tentar conter a Covid-19

Protestos na fábrica da Foxconn na China (China/Exame)

Protestos na fábrica da Foxconn na China (China/Exame)

Os funcionários da maior fábrica de iPhones do mundo, na cidade de Zhengzhou, na China, entraram em confronto com a polícia nesta quarta-feira, 23.

Os protestos violentos eclodiram após os cerca de 200 mil trabalhadores permanecerem confinados dentro das plantas durante semanas, sem a possibilidade de sair, em condições de higiene e abastecimento deterioradas devido a restrições sanitárias impostas pelas autoridades locais.

A Foxconn, proprietária da planta e fornecedora da Apple (APPL34), definiu a situação como "gestão em circuito fechado", o que significa que os trabalhadores são forçados a viver em uma linha de montagem sem contacto com o mundo exterior. Essa prática se tornou muito comum na China nos últimos meses, como resposta das empresas aos danos econômicos provocados pela de “Zero Covid”.

A cidadela administrada pela Foxconn para montar produtos da Apple - chamada de "iPhone City" por sua dimensão - continua operando em ritmo reduzido e em regime de lockdown desde que foram detectados casos positivos ao coronavírus entre os funcionários no final de outubro.

Confrontos violentos entre trabalhadores da Foxconn e policiais

Em vídeos que circulam nas redes sociais é possível ver centenas de funcionários que pulam as cercas ao redor das fábricas fugindo para a área rural ao redor. Em outras imagens, policiais armados espancam trabalhadores, que sangram da cabeça e saem mancando dos confrontos.

Para não interromper a produção, que representa 95% do total de iPhones montados na China, a empresa contratou ex-soldados aposentados, funcionários da burocracia local e até agricultores. O objetivo é atender a demanda de Natal pelo novo iPhone 14 lançado pela Apple.

Problemas na fábrica já tinham ocorrido no início deste mês, levando a Apple a reduzir as previsões de vendas de iPhone 14 de última geração e a publicar um raro aviso aos investidores sobre os atrasos.

Há boatos sobre um plano de contratação sazonal de 100 mil trabalhadores por parte da Foxconn. Para não correr o risco de propagação do Covid-19, esses funcionários seriam alojados em dormitórios separados dos trabalhadores regulares.

Todavia, o recurso à mão de obra não qualificada aumentou as tensões com os trabalhadores que estão fechados há semanas dentro dos portões da iPhone City.

Mas o governo chinês não quer voltar atrás, e no dia 11 de novembro deu ordem aos funcionários locais de manter os controles sanitários da política de "Zero Covid".

As restrições impostas estão atingindo áreas tão extensas na China que atingiram o valor de um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático. Os lockdowns bloquearam grandes cidades, como Chongqing, Guangzhou e Pequim. E os analistas internacionais já estão prevendo uma pesada contração da economia chinesa por causa dessa política de confinamento forçado.

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