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Frio, inadimplência e Copa do Mundo impactam venda, mas lucro da Renner cresce 16% no 4º tri

Mesmo com fatores negativos, varejo foi a alavanca de crescimento da companhia, que teve de adotar postura mais conservadora nos serviços financeiros

 (Marcos Gouveia/Divulgação)

(Marcos Gouveia/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 16 de fevereiro de 2023 às 19h30.

Última atualização em 16 de fevereiro de 2023 às 19h31.

As temperaturas baixas atípicas de fim de ano e a Copa do Mundo se somaram ao endividamento mais alto das famílias e afetaram as vendas da Renner (LREN3) no quarto trimestre. No período, as vendas fecharam 0,2% abaixo, a R$ 3,55 bilhões. No ano, porém, o retrato é de recuperação da demanda após dois anos de impacto da pandemia: as vendas cresceram 21%, para R$ 11,58 bilhões.

A força da operação de varejo sustentou um bom desempenho na última linha do balanço, com o lucro líquido crescendo 16%, para R$ 481,8 milhões, no quarto trimestre, e saltando 104% no ano, para R$ 1,29 bilhão, mesmo com um pano de fundo de juros altos.

Em 2022, o varejo de moda foi mesmo a grande alavanca de crescimento da Renner. Isso porque as lojas de mesmo nome e a Youcom cresceram, 23% e 39% respectivamente, em vendas. Mas a Camicado, de artigos para o lar, ficou pressionada, com queda de 12,8%, refletindo o esfriamento da demanda por artigos de decoração que tanto cresceu durante o período de isolamento.

A estabilidade das vendas no quarto trimestre, com muitas datas importantes para o comércio, foi compensada pelo bom desempenho da empresa em proteger seu lucro bruto, que cresceu 1,1%, para R$ 1,98 bilhão. A margem bruta ficou em 55,7%, 0,7 ponto percentual acima do mesmo período do ano anterior, reproduzindo a capacidade da companhia de gestão de estoque e de recompor gradualmente os preços dada a inflação de custos.

Do ponto de vista de rentabilidade do varejo, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou 32% maior, a R$  953,3 milhõs no quarto trimestre, com margem 6,8%, 6,5 pontos percentuais a mais do que um ano antes.

O grande desafio da varejista no entanto, veio mesmo da operação do braço financeiro - que não foi suficientemente fraco para anular os ganhos do varejo. A operação teve prejuízo de R$ 34,6 milhões, revertendo lucro do mesmo período do ano anterior.

Diante da alta inflação e do risco de perdas, a empresa adotou uma postura mais conservadora, o que impactou a receita. A receita dos serviços financeiros cresceu 41,7% no quarto trimestre, para R$ 427,5 milhões, mas com queda de 66% no cartão Renner.

"Quanto as perdas líquidas, seguiram impactadas de forma importante, em razão da continuidade do
contexto macroeconômico mais difícil, de maior endividamento das famílias, resultando em maior provisionamento de perdas, bem como níveis de recuperação de crédito abaixo do esperado", escreve a companhia.

No consolidado do grupo, o Ebitda da Renner cresceu 18,4%, para R$ 918,6 milhões no quarto trimestre, e 43% no ano, para R$ 2,46 bilhões.

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