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Fragilidade de bancos europeus eleva juros da dívida na Europa

Taxa paga pela Itália voltou a superar os 7% devido aos temores com o setor bancário do bloco; Espanha e França também sofrem

Os juros pagos pelos bônus da dívida italiana a dez anos superaram de novo os 7%, a 7,025% (AFP)

Os juros pagos pelos bônus da dívida italiana a dez anos superaram de novo os 7%, a 7,025% (AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 16h11.

Paris - As taxas pagas pelos países da União Europeia, com exceção da Alemanha, apresentavam alta nesta quinta-feira no mercado da dívida, afetadas pelo retorno dos temores sobre a saúde do setor bancário europeu.

Os juros pagos pelos bônus da dívida italiana a dez anos superaram de novo os 7%, a 7,025%, contra 6,908% no fechamento de quarta-feira.

O rendimento espanhol para juros com o mesmo vencimento subia a 5,530%, contra 5,395% na véspera.

Já as taxas pagas pela França por sua dívida a dez anos subiram a 3,349%, contra 3,305%.

"Existem sérias dúvidas sobre a saúde do setor bancário, principalmente na Espanha e na Itália, e o Banco Central Europeu já diminuiu a compra de dívida soberana dos países em dificuldade, o que incide também nos juros", disse Cyril Regnat, estrategista de dívida da Natixis.

Os prêmios de risco - o diferencial pago com relação ao bônus alemão a dez anos - subiam. No caso da Espanha a 377,5 pontos e na Itália a 522,1 pontos.

A primeira emissão da dívida francesa do ano não foi capaz de tranquilizar um mercado imerso em rumores e preocupações.

Paris conseguiu emitir, como previsto, cerca de 8 bilhões de euros com vencimento de longo prazo.

No caso dos bônus de referência a dez anos, as taxas estão ligeiramente em alta, enquanto que a demanda foi inferior a de operações anteriores similares.

O Fundo de Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) emitiu sem dificuldade 3 bilhões de euros da dívida a três anos para ajudar Irlanda e Portugal.

"Estas emissões têm tido êxito, mas esperamos outras da Itália que poderiam ser inclusive mais delicadas", disse Regnat.

Apenas o Bund alemão a dez anos reduzia o rendimento, a 1,860%, contra 1,921% na véspera, aproveitando-se do fato de ser um valor de refúgio ante a aversão ao risco dos investidores.

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