Dólar e real: moeda brasileira tem novamente forte queda, mas pode se recuperar com avanço da vacinação (Foto/Thinkstock)
Bloomberg
Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 20h20.
Quatro moedas latino-americanas apresentam o pior desempenho na comparação com divisas de outros países emergentes desde a virada do ano. Para analistas, no entanto, o momento pode representar uma oportunidade.
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As moedas de Colômbia, Argentina, Chile e Brasil têm o pior desempenho entre 24 pares do mundo em desenvolvimento, com o sol peruano e o peso mexicano não muito atrás. A fraqueza vem após operadores desmontarem apostas que empurraram essas mesmas cotações para um desempenho superior no quarto trimestre do ano passado.
“O posicionamento estava ficando um pouco confuso, então um pouco de retração faz sentido”, diz Danny Fang, estrategista do BBVA em Nova York, em entrevista.
Fang acrescentou que embora possa haver alguma volatilidade no curto prazo, nos próximos meses as moedas latino-americanas podem se recuperar. “As políticas ainda são muito acomodatícias, especialmente nos Estados Unidos, de modo que ainda deve apoiar os ativos emergentes e latino-americanos.”
“Vemos o recuo recente como temporário e, portanto, uma oportunidade para diminuir a fraqueza”, disse Ilya Gofshteyn, analista do Standard Chartered em Nova York.
Entre as moedas latino-americanas, o peso mexicano é a principal aposta para Gofshteyn, em meio à forte pressão de carry trade oferecido pela postura mais dura do banco central daquele país.
No Brasil, alguns analistas, como Brendan McKenna, do Wells Fargo, também dizem que a moeda parece barata. O real caiu mais de 22% no ano passado, incluindo uma queda de 3% somente neste mês. Ao mesmo tempo, o Banco Central parece prestes a iniciar o processo de alta da taxa de juros, após um ciclo prolongado de flexibilização.
“O real brasileiro e o peso colombiano têm algum valor nesses níveis”, disse McKenna. “Assim que os desafios logísticos com a vacina forem suavizados, essas moedas podem se recuperar.”