O carro de Bruno Senna no treino de Fórmula 1 (Lars Baron/Gety Images)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2012 às 10h40.
Londres - O chefe comercial da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, disse nesta quarta-feira que recomendou Cingapura como o lugar para fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) do negócio, tendo em vista o entusiasmo asiático pelas marcas esportivas internacionais.
Ecclestone, de 81 anos, ressaltou que fez a proposta e que a decisão sobre o IPO cabe à CVC Capital Partners, companhia de private equity que tem controle majoritário sobre o negócio desde 2006.
O campeão do futebol inglês Manchester United pretendia levantar 1 bilhão de dólares em um IPO na cidade-Estado no ano passado, mas o projeto foi suspenso devido à volatilidade dos mercados.
Sob o comando de Ecclestone e com a ajuda da fortuna dele estimada em 4,2 bilhões de dólares, a F-1 deixou de ser uma mera diversão para alguns aficionados e se transformou em um negócio global que atrai meio bilhão de telespectadores a cada corrida.
A categoria aposta em uma maior difusão geográfica para manter o crescimento, o que incluiu a realização de uma inédita corrida na Índia no ano passado, a volta aos EUA neste ano com um GP no Texas e a inclusão da Rússia no calendário a partir de 2014. A corrida do Bahrein, cancelada em 2011 devido à crise política, será retomada neste ano, apesar da instabilidade ainda vigente no país árabe.
A abertura do capital da F-1 há tempos é alvo de especulações, mas a questão ganhou urgência porque neste ano expira um acordo comercial confidencial entre a CVC e as equipes.
Ecclestone, no entanto, negou que a operação financeira esteja ligada ao acordo com as equipes e desmentiu rumores de que a italiana Ferrari e a atual campeã Red Bull receberiam uma participação no negócio.
A CVC, dona de 63,4 por cento da F-1, continuaria sendo a controladora do negócio a longo prazo, e o IPO que está sendo cogitado valeria apenas para uma parte da empresa, segundo uma fonte próxima ao assunto.
O canal britânico Sky News noticiou que a CVC pediu ao banco Goldman Sachs que examinasse a venda de uma participação na F-1 a um novo investidor, antecedendo um IPO em Cingapura.
A Sky disse que o negócio pode valer mais de 10 bilhões de dólares. A CVC e o Goldman Sachs não comentaram o assunto.
Assim, a abertura mínima de 15 por cento do capital em Cingapura equivaleria a um valor em torno de 1,5 bilhão de dólares.