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Ford espera impacto de US$ 2,5 bilhões com tarifas e suspende projeções para 2025

A indústria automotiva está enfrentando tarifas de 25% sobre veículos importados, que entraram em vigor no início de abril

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 5 de maio de 2025 às 18h03.

Última atualização em 5 de maio de 2025 às 18h29.

A Ford superou as expectativas de Wall Street para o primeiro trimestre, mas suspendeu sua projeção financeira para 2025 em meio a um impacto esperado de US$ 2,5 bilhões neste ano devido às tarifas do presidente Donald Trump.

A montadora de Detroit afirmou que espera compensar US$ 1 bilhão desses custos por meio de ações corretivas, bem como expectativas de volume e preços, totalizando um impacto de US$ 1,5 bilhão em 2025, segundo reportagem da CNBC.

A Ford citou "riscos de curto prazo, especialmente o potencial de interrupção da cadeia de suprimentos em toda a indústria, impactando a produção" e o potencial de tarifas futuras nos Estados Unidos.

O impacto tarifário é menor do que os US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões que a General Motors disse esperar como resultado da política tarifária do presidente dos EUA, já que a Ford importa menos veículos do que sua rival. A GM afirmou que espera compensar pelo menos 30% dessas despesas.

No primeiro trimestre, a Ford reportou queda de 5% na receita total em comparação com o ano anterior, para US$ 40,7 bilhões, com Ebitda ajustado de US$ 1,02 bilhão e lucro líquido de US$ 471 milhões. Isso se compara ao primeiro trimestre de 2024, com receita de US$ 42,8 bilhões, incluindo US$ 39,89 bilhões em receita automotiva, lucro líquido de US$ 1,33 bilhão e lucro ajustado antes de juros e impostos de US$ 2,76 bilhões.

Indústria na mira das tarifas

A indústria automotiva está enfrentando tarifas de 25% sobre veículos importados, que entraram em vigor no início de abril, bem como impostos de 25% sobre peças automotivas que não estejam em conformidade com o Acordo Estados Unidos-México-Canadá, que entrou em vigor no sábado.

Sem as tarifas, a Ford afirmou que estava "caminhando" em direção à sua projeção inicial, que incluía Ebitda de US$ 7 bilhões a US$ 8,5 bilhões; fluxo de caixa livre ajustado de US$ 3,5 bilhões a US$ 4,5 bilhões; e investimentos entre US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões.

"Nossos resultados no primeiro trimestre mostram que o plano Ford+ [de recuperação] está funcionando", disse a diretora financeira da Ford, Sherry House, durante teleconferência. "Estamos transformando esta empresa em um negócio com maior crescimento, maior margem de lucro, mais eficiência de capital e mais durabilidade."

Entre as medidas para mitigar os custos com tarifas, a Ford interrompeu exportações dos EUA para a China. A montadora afirmou que esse e outros ajustes reduziram em 35% o impacto tarifário do primeiro trimestre, de aproximadamente US$ 200 milhões.

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