David Risher, CEO da Lyft, assumiu a responsabilidade pelo erro de digitação (ChristinaBarcelona/Wikimedia Commons)
Repórter de Invest
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 12h47.
Última atualização em 15 de fevereiro de 2024 às 12h50.
David Risher, CEO da Lyft, assumiu a responsabilidade pelo erro de digitação que adicionou um zero a mais na margem de lucro da companhia para 2024. O que deveria ser 50 pontos-base (p.b.) virou 500 — levando à uma disparada de 60% nas ações no after market e um ganho em valor de mercado de US$ 1,8 bilhão.
Colocando esses números na ponta da caneta, isso significaria uma expansão de margem de 5% para a principal concorrente da Uber nos Estados Unidos, o que representa um montante de US$ 700 milhões. Contudo, sem esse zero adicional os valores são mais modestos: expansão de 0,5% e um ganho de US$ 70 milhões.
“Foi mal”, disse o CEO da Lyft em entrevista ao programa Squawk Box, da CNBC. “Foi um erro grave e é culpa minha. Foi uma coisa terrível, um zero extra que apareceu em um comunicado à imprensa. Mas graças a Deus detectamos rapidamente e emitimos uma correção imediata.”
Além disso, o executivo lamentou que o episódio tenha ofuscado os resultados da Lyft de 2023. Junto ao guidance com um zero a mais, a companhia reportou uma receita de US$ 1,22 bilhão no último trimestre, alta de 4% em relação aos US$ 1,175 bilhão de um ano antes. A empresa ainda registrou um lucro ajustado de US$ 0,18 por ação, acima dos US$ 0,08 esperados pela Refinitiv.
O erro de digitação no guidance da Lyft gerou uma euforia aos investidores na última terça-feira, 13, e levou a uma disparada superior a 60% no after market da Nasdaq. O preço das ações, que havia fechado em US$ 12,13 antes da divulgação, chegou a subir para US$ 16,77 na negociação pós-mercado.
Assim como o zero a mais pode não parecer muita coisa ao olhar sem muita atenção, o mesmo ocorre com essa disparada nos papéis. Isso porque a discreta diferença de US$ 4,64 por ação fez com que a empresa aumentasse a sua capitalização em cerca de US$ 1,8 bilhão. E ainda que o ânimo dos investidores tenha sido contido, e parte dos ganhos devolvidos no pregão de ontem, nesta quinta-feira os papéis sustentam uma alta de quase 10%, cotados próximos a US$ 18,20.