Redatora
Publicado em 28 de julho de 2025 às 07h55.
A última semana de julho começa com os mercados de olho em uma bateria de indicadores econômicos, eventos políticos e expectativas em torno das decisões de juros nos Estados Unidos, Brasil e Japão.
Esta segunda-feira, 28, marca o início de uma agenda carregada que deve manter o clima de cautela nos mercados locais e internacionais.
No Brasil, a manhã começa com os dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulga às 8h a sondagem da construção e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) de julho.
Em seguida, o Banco Central publica, às 8h25, o tradicional Relatório Focus com as projeções do mercado, e, às 8h30, a nota de política monetária e operações de crédito referentes a junho.
Às 10h, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresenta a sondagem da indústria da construção referente ao mês anterior.
À tarde, o Tesouro Nacional divulga, às 14h30, o relatório mensal da dívida pública, com coletiva marcada para as 15h. No mesmo horário, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) atualiza a balança comercial da última semana.
Do lado político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, às 11h, da inauguração da usina termelétrica GNA II, no Porto do Açu (RJ), e, às 16h, sanciona o programa “Acredita Exportação” em cerimônia no Palácio do Planalto.
Nos bastidores, a equipe econômica segue mobilizada para apresentar um plano de contingência às tarifas impostas pelos Estados Unidos, cujo prazo final para negociação se encerra na sexta-feira.
Nos Estados Unidos, a semana promete ser eletrizante, com os investidores aguardando os balanços de quatro gigantes de tecnologia e a decisão do Federal Reserva (Fed) na quarta-feira.
A expectativa majoritária é de manutenção dos juros, mas o mercado estará atento a qualquer sinal de que o banco central poderá cortar a taxa em setembro. O cenário também será calibrado pelos dados de PIB, payroll e PCE, que serão divulgados nos próximos dias.
As negociações comerciais seguem no radar. Após um fim de semana agitado, a União Europeia anunciou um acordo para reduzir à metade as tarifas impostas pelos EUA, para 15%.
Ao mesmo tempo, fontes indicam que China e Estados Unidos devem prorrogar a trégua tarifária por mais 90 dias. Nesta segunda-feira, na Escócia, representantes dos dois países retomam as negociações comerciais.
Em paralelo, no Japão, o Banco Central (BoJ) divulga sua decisão de política monetária na madrugada de quarta para quinta-feira, adicionando mais um elemento à já volátil semana nos mercados globais.
As bolsas internacionais iniciaram a semana em alta, impulsionadas pelo acordo comercial anunciado entre EUA e União Europeia. O índice europeu Stoxx 600 subia 0,55% por volta das 7h45.
A valorização era puxada principalmente pelas ações do setor automotivo, após o presidente americano Donald Trump anunciar a redução das tarifas de importação de 30% para 15% e isenções para setores estratégicos.
O CAC 40, da França, ganhava 0,54%, o DAX, da Alemanha, subia 0,21%, enquanto o FTSE 100, do Reino Unido, operava em leve queda de 0,08%.
Na Ásia, os mercados fecharam sem direção única, em meio à expectativa pela continuidade das negociações comerciais entre EUA e China. O índice CSI 300, da China, subiu 0,21%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,68%.
Na Coreia do Sul, o Kospi teve alta de 0,42%. O destaque do pregão foi a Samsung, cujas ações saltaram mais de 6%, atingindo o maior patamar desde setembro de 2024 após fechar um contrato bilionário com a Tesla. No Japão, porém, os índices Nikkei e Topix recuaram.
Nos Estados Unidos, os contratos futuros também indicavam uma abertura positiva em Wall Street. Às 7h45, os futuros do Dow Jones subiam 0,10%, os do S&P 500 avançavam 0,21% e os do Nasdaq 100 registravam alta de 0,40%.