Bolsa de Frankfurt: o índice alemão DAX subia (Arne Dedert/picture alliance /Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 24 de novembro de 2025 às 05h00.
Os mercados vêm de uma semana negativa, mas que deram algum sinal de reação positiva na última sexta-feira. O Ibovespa não acompanhou a guinada, pois voltou de um feriado e absorveu mais tarde o baque da desconfiança sobre a tese de inteligência artificial e incertezas sobre a continuidade do afrouxamento monetário nos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira, como de costume, as atenções se voltam para o Boletim Focus, que atualiza projeções de inflação, juros e crescimento e costuma balizar as expectativas do mercado. Na semana passada, pela primeira vez, os economistas passaram a prever inflação abaixo do teto da meta para o final de 2025. Resta saber se a estimativa vai se manter.
Outro destaque na agenda econômico do Brasil é a arrecadação federal de outubro. Às 11h, a Receita Federal comentará os números.
O fluxo de indicadores vai ficar mais intenso ao longo dos próximos dias. Destaque para o IPCA-15, de novembro, previsto para quarta-feira, com alta estimada de 0,17% e desaceleração da taxa anual para 4,5%.
Na quinta-feira, o IGP-M deve registrar queda de 0,28%, enquanto a sexta concentra dados de emprego. A expectativa é que o Caged venha com criação líquida de cerca de 100 mil vagas formais e estabilidade da taxa de desemprego ajustada, em 5,8%. Índices de confiança da construção, indústria, varejo e serviços completam a agenda semanal.
O Banco Central publica na terça-feira o balanço de pagamentos de outubro, com projeção de déficit em conta corrente de US$ 5 bilhões e entrada de US$ 8 bilhões em investimento direto. A agenda fiscal inclui superávits esperados para o Governo Central e para o setor público consolidado.
No campo político, o mercado monitora os desdobramentos da retirada de tarifas pelos EUA sobre mais de 200 produtos brasileiros. Mesmo com a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, no último sábado, não há sinais, por enquanto, de que Donald Trump reveja sua decisão.
No cenário internacional, as datas das divulgações de dados atrasados seguem incertas. A princípio, na terça-feira está prevista a divulgação dos preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de setembro e na quarta-feira a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do 3º trimestre.
No mesmo dia serão divulgados os dados de atividade econômica do Conference Board de outubro, "importantes para avaliação do mercado de trabalho, principalmente quando ainda há poucos dados oficiais divulgados até agora", comenta o Bradesco BBI.
No dia seguinte, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) divulga o Livro Bege, que é o compilado de informações sobre atividade econômica, mercado de trabalho, inflação e ambiente de negócios produzido pelas 12 unidades regionais do banco central americano.
Na quinta-feira (27), feriado de Ação de Graças nos EUA, os mercados por lá estarão fechados.
Já no Japão, a quinta-feira reserva dados de inflação de novembro na capital, Tóquio, e os dados de outubro sobre vendas no varejo, produção industrial e taxa de desemprego. A inflação anual japonesa está acima da meta de 2% ao ano estipulada pelo Banco do Japão (BoJ), rodando em torno de 3%, inclusive nos núcleos.