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Fleury (FLRY3) cresce forte no segmento premium e entrega 4º tri em linha

Lucro foi de R$ 84 milhões, alta de 3% na comparação anual; receita de B2B e ‘novos elos’ perdem fôlego

Tsutsui: "Continuamos ganhando market share e avançando em serviços" (Leandro Fonseca/Exame)

Tsutsui: "Continuamos ganhando market share e avançando em serviços" (Leandro Fonseca/Exame)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 27 de fevereiro de 2025 às 18h41.

A rede de medicina diagnóstica Fleury encerrou o quarto trimestre com lucro de R$ 84 milhões, alta de 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado e em linha com as expectativas do mercado.

O trimestre foi marcado por um crescimento mais expressivo na marca mais premium, que leva o nome do grupo, enquanto a divisão de B2B, que inclui o processamento de exames para hospitais teve uma desaceleração no crescimento, explicada em grande parte pelo encerramento do contrato com o Hospital Sírio Libanês, em novembro.

A receita bruta cresceu 9%, para R$ 2 bilhões, com avanço de 9,5% na marca Fleury – a mais madura e de margem mais elevada –, enquanto o B2B cresceu 5,5%.

“A Fleury é uma marca madura e que mantém a sua diferenciação premium. Continuamos ganhando market share e avançando em serviços”, afirma a CEO Jeane Tsutsui.

A marca tinha sido questionada no terceiro trimestre, quando apresentou avanço de apenas 1,2%. Mas boa parte da dinâmica diz respeito a base de comparação, que tinha sido forte no ano anterior na última divulgação e mais fraca quando considerado os últimos três meses do ano.

“O que eu acho atenção é para o crescimento de 5% da receita do Fleury no ano, é um crescimento muito consistente para uma marca que é quase centenária”, aponta a executiva.

Novos elos

A divisão de ‘novos elos’ e plataformas, que inclui redes de clínicas de serviços como oftalmologia, ortopedia e medicina reprodutiva, também viu seu crescimento desacelerar.

Houve um avanço de 3,9% na receita no trimestre, na comparação anual, contra expansões na casa dos dois dígitos nos trimestres anteriores.

O desempenho foi causado principalmente por uma maior oferta no mercado de serviços de infusões de medicamentos – uma das maiores linhas de receita na unidade – no período.

A CEO acredita que o movimento não é estrutural. “Isso não é nenhum guidance, mas estamos olhando para 2025 com oportunidades de continuar ganhando mercado e crescendo em infusões”, diz.

Da mesma forma, ela vê com tranquilidade o movimento de entrada e saída de hospitais da rede. “O Sírio Libanês saiu, mas entramos no Santa Joana e também em algumas unidades da Unimed em São Paulo”, afirma. Ao todo, são 40 hospitais credenciados.

Na margem, a perda da conta expressiva pesou na alavancagem operacional e compensou em parte do efeito positivo do avanço da marca Fleury nas margens. No trimestre, o EBITDA cresceu 8%, para R$ 405 milhões, com margem praticamente estável, de 22% sobre a receita.

No ano fechado, contudo, a margem EBITDA avançou 64 pontos-base, para 25,8%, refletindo em grande parte a redução das despesas e as sinergias extraídas com a fusão com o Hermes Pardini, fechada no primeiro semestre de 2023.

A receita bruta cresceu 7,4% no ano, para R$ 8,3 bilhões, com expansão de 9,4% no EBITDA, para R$ 2 bilhões. O lucro fechou 2024 em R$ 616 milhões, alta de 24%.

A geração de caixa segue elevada, o que tem permitido manter a dívida controlada (em 1 vez o EBITDA) e um payout entre 85% e 90% em dividendos.

Perspectivas para 2025

Caminhando para um 2025 mais desafiador, com os juros altos que podem pesar sobre o mercado de trabalho, Tsutsui mantém uma postura cautelosa, mais otimista.

“Certamente estão acompanhando o macro mais desafiador, mas olhando aqui os últimos números de Caged, continuamos com geração de emprego”, pondera, fazendo alusão ao número de janeiro, que veio muito acima do esperado pelo mercado, mostrando a criação de 137 mil vagas.

“Mas independente disso, nossa estratégia é ganhar market share. Se olhamos de 2013 até agora, o número de beneficiários de saúde suplementar continua praticamente o mesmo, mas o nosso crescimento vem sendo muito superior, porque continuamos a ganhar mercado.

A empresa também tem feito diversas aquisições: foram 19 desde 2025. Olhando para frente, a CEO aponta que o crescimento inorgânico segue no radar. No ano passado, o Fleury anunciou a compra do Grupo São Lucas, entrando em Santa Catarina e do Confiance, em Campinas, interior de São Paulo.

“Olhamos para M&A com esse raciocínio de oportunidade de expansão geográfica, trazendo ativos que tenham forte reconhecimento da comunidade médica. Permanecemos olhando para oportunidades, mas dentro de parâmetros de retorno que sejam adequados, especialmente dentro desse cenário de custo de capital mais alto.”

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