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Fitch rebaixa Grécia por plano de troca de dívida

Agência de classificação de risco rebaixou a Grécia de "CCC" para "C", a menor nota acima do calote

Grevistas voltaram a usar a bandeira da Grécia na mobilização (Milos Bicanski/Getty Images)

Grevistas voltaram a usar a bandeira da Grécia na mobilização (Milos Bicanski/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2012 às 14h42.

Atenas - A agência de classificação de risco Fitch cortou os ratings de longo prazo da Grécia nesta quarta-feira para a menor nota acima de calote, tornando-se a primeira agência a fazer um rebaixamento amplamente esperado após o país anunciar um plano de troca de títulos para aliviar o seu enorme endividamento.

A Fitch afirmou que a Grécia continuará designada como tendo tecnicamente entrado em default após a formalização da troca de títulos, mas que serão dados novos ratings aos novos títulos.

As três maiores agências de rating -Fitch, Moody's e Standard & Poor's- rebaixaram a Grécia em julho, quando um plano inicial de troca de dívida foi anunciado, e alertaram que as perdas para os credores privados causariam um calote temporário.

Como esperado, a Fitch rebaixou a Grécia de "CCC" para "C", e continuará com mais um rebaixamento para "calote restrito" quando a troca de títulos for concluída.

A agência vai então reavaliar os ratings do país quando os novos títulos forem emitidos como parte da troca de dívida.

"Isso resultará em um rating baixo e especulativo", afirmou à Reuters o analista da Fitch Paul Rawkins após a reavaliação, notando que o rating influenciará as perspectivas econômicas do país e o novo perfil de dívida.

Ele acrescentou que o atual processo de rebaixamento foi em grande parte por procedimento, seguindo o caminho estabelecido pela agência em junho. Os ratings, que dão uma estimativa da capacidade de um credor pagar sua dívida, normalmente servem de guia para os investidores.

Os ministros das Finanças da zona do euro concordaram com um plano de resgate de 130 bilhões de euros para a Grécia na terça-feira para que o país evitasse um calote desordenado, incluindo uma troca de títulos para cortar 100 bilhões de euros da dívida grega.


Detentores de títulos vão assumir perdas de 53,5 por cento sobre o valor nominal de seus títulos gregos como parte da troca, com perdas reais de aproximadamente 74 por cento.

O Banco Central Europeu (BCE) concordou com um complexo plano para garantir que os títulos possam ser usados como garantias em suas operações de empréstimo durante o processo de troca.

A Grécia tomará um empréstimo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês) que virá em forma de títulos do EFSF. Esses títulos passarão para o BCE e serão colocados em um conta especial, em caso de qualquer perda em garantias durante o curto período de troca dos títulos.

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