São Paulo – A agência de classificação de risco Fitch cortou a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira da OGX (OGXP3) de B- para CCC, nível considerado como “lixo”. O rating nacional passou de BB+ para CCC. A perspectiva é negativa.

O analista Ricardo Carvalho, autor do relatório, argumenta que a revisão reflete as preocupações em relação à liquidez da companhia nos próximos 12 a 18 meses, dados os elevados investimentos necessários para aumentar a produção e o fluxo de caixa operacional.

Mão no bolso

"Em face das necessidades de recursos da OGX para financiar seu programa de investimentos, vital para o aumento de produção, uma inadimplência por parte de Eike Batista em relação à opção de venda pode apertar ainda mais a liquidez da companhia", afirma Carvalho.

Os analistas do Citi Research chegaram a dizer que a ação da petroleira possa valer apenas 34 centavos de real caso a empresa não exerça a opção que obrigaria Eike a injetar os recursos.

Venda de ações

A redução de participação de Eike Batista na OGX, revelada na segunda-feira para atender as exigências do artigo 11 da instrução 358 da CVM, aumenta a preocupação com o compromisso do empresário em relação à companhia, argumenta a Fitch.

O bilionário vendeu cerca de 70,4 milhões de ações da petroleira nos últimos dias de maio. A reação do mercado foi ruim e as ações caíram 9,3% naquele dia. As ações foram vendidas por Eike a preços entre 1,57 real e 1,85 real, muito abaixo do preço de exercício da opção de venda.

"Esta diferença de preço justifica a incerteza sobre a intenção de o acionista controlador honrar a opção de venda, que expira em 30 de abril de 2014. A indisponibilidade desses recursos poderá pressionar ainda mais a capacidade de a OGX continuar operando", destaca Carvalho.

Eike Batista disse ontem à noite, por meio de um comunicado, que as vendas de ações realizadas por ele  foram “um ajuste mínimo pontual no portfolio do Grupo EBX”.