Mercados

Fitch rebaixa classificação de emissor de longo prazo da Irlanda

Crise do país e ajustes feitos para receber ajuda internacional justificaram a diminuição segundo a consultoria

A Irlanda vai receber €85 bilhões da UE e do FMI (Wikimedia Commons/EXAME.com)

A Irlanda vai receber €85 bilhões da UE e do FMI (Wikimedia Commons/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2010 às 12h02.

Dublin, 9 dez (EFE).- A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta quinta-feira a classificação de emissor de longo prazo (IDR) da Irlanda em divisa nacional e estrangeira do nível "A+" para "BBB+", com perspectiva "estável".

A Fitch também confirmou que o IDR da Irlanda a curto prazo em divisa estrangeira desceu do nível "F1" para "F2".

Na nota, a Fitch indica que o rebaixamento reflete o "custo fiscal adicional" provocado pela "reestruturação e apoio" ao sistema bancário nacional.

Também influíram as "débeis previsões e a incerteza" em relação às perspectivas de crescimento econômico, depois da "intensificação da crise financeira" e da "perda de acesso aos mercados para financiamento a um custo acessível".

No entanto, a agência destacou que as perspectivas são "estáveis" depois que a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) ofereceram um plano de resgate ao país avaliado em 85 bilhões de euros, para o qual Dublin contribui com 17,5 bilhões.

O Fitch destacou que com a atitude irlandesa, o Governo do país demonstrou ter "compromisso" e "ainda manter fundamentos econômicos sólidos".

"A classificação 'BBB+' significa que as bases ainda são sólidas, com uma economia com um alto valor agregado, diversificada e atrativa para o investimento e um histórico recente de estabilidade social, ao que se acrescenta a relativa segurança de financiamento fiscal oferecida pela UE e pelo FMI", ressalta o comunicado.

Em outubro a Fitch já havia rebaixado a classificação IDR da Irlanda do nível "AA-" para "A+", embora com perspectiva "negativa".

A agência justificou os rebaixamentos com o "excepcional custo, muito maior que o esperado", do plano de resgate do Governo irlandês para os seis grandes bancos nacionais, cuja fatura final se estimou em 50 bilhões de euros.

O Governo irlandês se viu obrigado a solicitar a ajuda da UE e do FMI após reconhecer que o país não poderia resolver por conta própria os problemas de seus bancos.

Para ter acesso aos fundos da UE e do FMI, o Executivo apresentou em novembro um plano de austeridade quadrienal cujo objetivo é economizar 15 bilhões de euros para diminuir seu déficit público a 3% do PIB até 2014.

Nesta terça-feira, o Parlamento de Dublin apresentou o orçamento geral do Estado para 2011, que prevê ajustes em um valor de 6 bilhões de euros.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingCrises em empresasEmpresasEuropaFitchIrlandaMercado financeiroPiigsTítulos públicos

Mais de Mercados

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Ibovespa fecha em queda e dólar bate R$ 5,81 após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal

Donald Trump Jr. aposta na economia conservadora com novo fundo de investimento

Unilever desiste de vender divisão de sorvetes para fundos e aposta em spin-off