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Fitch mantém nota da Petrobras, mas perspectiva é negativa

A decisão de se manter inalterados os ratings da Petrobras foi tomada depois que a companhia publicou seu balanço de 2014 auditado


	Petrobras: a agência retirou os ratings da companhia de observação para possível rebaixamento
 (Vanderlei Almeida/AFP)

Petrobras: a agência retirou os ratings da companhia de observação para possível rebaixamento (Vanderlei Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2015 às 13h21.

São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch manteve o rating de probabilidade de inadimplência do emissor (IDR, na sigla em inglês) em moedas local e estrangeira da Petrobras em BBB- e o rating em escala nacional em AAA (bra).

A agência retirou os ratings da companhia de observação para possível rebaixamento, mas informou que a perspectiva para as notas de crédito da estatal é negativa.

A decisão de se manter inalterados os ratings da Petrobras foi tomada depois que a companhia publicou, na noite de quarta-feira, 22, seu balanço de 2014 auditado - o que, segundo a Fitch, evitou um processo de antecipação de pagamento de dívidas.

De acordo com a agência, a divulgação dos resultados financeiros auditados mitigou as incertezas em relação à capacidade da Petrobras de fazer os ajustes necessários para cumprir com esse compromisso.

Além disso, acrescenta a Fitch, a companhia melhorou sua liquidez ao anunciar US$ 13 bilhões em novos financiamentos.

Na avaliação da Fitch, o acesso ao crédito, a redução nos investimentos e os planos de venda de ativos minimizam as preocupações de liquidez no curto prazo.

Entretanto, a perspectiva negativa evidencia que as incertezas em relação à capacidade da empresa de desalavancar seu balanço de pagamentos no médio prazo permanecem.

Os escândalos de corrupção, de acordo com a Fitch, podem resultar em atrasos nos negócios. A agência ressalta que continuará monitorando a estratégia da Petrobras para fortalecer sua estrutura de capital.

Para a agência, a nota da Petrobras continua a refletir sua estreita ligação com o rating do Brasil, devido ao controle governamental da companhia e sua importância estratégica no quase monopólio do mercado de combustíveis líquidos domésticos.

"A ligação é evidenciada pelos recentes empréstimos oferecidos pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, bem como a decisão de manter os preços da gasolina e do diesel nas bombas acima dos níveis internacionais, a fim de reforçar a geração de caixa da Petrobras", diz o comunicado, que acrescenta que a posição de caixa da companhia é suficiente para atender necessidades de financiamento no curto prazo.

Além disso, a Fitch avalia que a produção da petroleira continuará a crescer no médio prazo e que os preços domésticos devem convergir com os preços internacionais no médio/longo prazo.

Revisões

A Fitch ainda alerta que uma eventual ação de rating negativa para a Petrobras pode ocorrer caso a companhia não reduza a sua relação dívida/Ebitda a menos de 5 vezes no médio prazo e se houver uma diminuição na percepção do apoio do governo.

A agência avalia ainda que uma ação de rating positiva para a estatal é improvável no curto e médio prazo. No entanto, pondera o relatório, o apoio explícito direto do governo poderia ajudar a estabilizar as notas da companhia.

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