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Fitch confirma Alemanha como "AAA" com perspectiva estável

A Fitch argumentou em comunicado que a manutenção da nota reflete "a força do crédito a longo prazo da Alemanha" e sua "robusta atuação econômica nos últimos dois anos"

Moeda de euro: a agência apontou que o setor bancário alemão reduziu sua exposição à eurozona em 30% e à Grécia, Itália, Espanha e Portugal, em 44% (Philippe Huguen/AFP)

Moeda de euro: a agência apontou que o setor bancário alemão reduziu sua exposição à eurozona em 30% e à Grécia, Itália, Espanha e Portugal, em 44% (Philippe Huguen/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2012 às 16h23.

Berlim - A agência de classificação de risco Fitch manteve nesta quarta-feira a nota máxima ("AAA") com perspectiva "estável" a longo prazo das finanças da Alemanha, apesar da advertência em sentido contrário lançada em julho pela "Moody"s".

A Fitch argumentou em comunicado que a manutenção da nota reflete "a força do crédito a longo prazo da Alemanha" e sua "robusta atuação econômica nos últimos dois anos".

"Frente ao contexto da frágil recuperação global e à intensificação da crise da eurozona, a Alemanha registrou forte crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) e uma tendência decrescente de desemprego", indicou.

No entanto, a agência ressaltou que a maior economia da Europa "segue exposta ao componente sistêmico da crise" e que "uma recessão significativamente mais profunda" de seus maiores parceiros comerciais na eurozona poderia "arrastar também a Alemanha à recessão, com repercussões negativas em termos fiscais".

A agência advertiu que uma "contribuição adicional considerável" da Alemanha aos fundos de resgate da eurozona (além da estipulada) poderia elevar a dívida alemã acima dos 90% do PIB, perto do limite da nota "AAA". "A materialização destes riscos colocaria a qualificação sob pressões negativas", acrescentou a nota.


Fitch destacou também os "desafios" relativos à necessidade do setor bancário doméstico de cumprir as exigências do acordo de Basileia III, que determinam um corte nos lucros das instituições financeiras.

A agência apontou que o setor bancário alemão reduziu sua exposição à eurozona em 30% e à Grécia, Itália, Espanha e Portugal, em 44%.

Para a agência, a "solidez macroeconômica" alemã se reflete em sua baixa taxa de desemprego, seu crescimento acumulado - mais de duas vezes o da eurozona - e seu superávit exterior, assim como o fato de ter as "condições monetárias" ditadas pelo Banco Central Europeu (BCE) a seu favor. No entanto, lembrou que a dívida alemã disparou de 55% do PIB, em 1995, para 83%, registrado em 2010.

Em julho, a agência Moody"s pôs em perspectiva negativa as notas "AAA" das dívidas soberanas da Alemanha, Holanda e Luxemburgo, enquanto manteve estável a da Finlândia.

A agência justificou sua decisão pela "crescente incerteza" sobre o alcance da dívida na Europa, e os temores "cada vez maiores" de uma possível saída da Grécia da eurozona e de que países como Espanha e Itália precisem de um resgate. 

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