Ações de fintechs: quedas recentes abriram espaço de alta, dizem analistas (Krisanapong Detraphiphat/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 9 de agosto de 2022 às 14h44.
Última atualização em 9 de agosto de 2022 às 14h48.
Ações de empresas de crescimento estiveram entre as que mais sofreram com o aumento das taxas de juros para conter a inflação. Mas, com o ciclo de alta cada vez mais claro no mercado, cresce a discussão sobre se esses papéis já não caíram demais.
Enquanto grandes bancos, conhecidos pela solidez em momento de incertezas e juros elevados, ganharam espaço em carteiras de ações nos últimos meses, um movimento contrário começa a se formar.
"As empresas financeiras de crescimento estão sendo negociadas a níveis atraentes em relação às médias históricas e abaixo das recentes capitalizações de mercado do IPO", afirmaram analistas do Bank of America em relatório.
Inter (INBR31), PagSeguro (PAGS34) e XP (XPBR31) estariam entre as ações com múltiplos mais atrativos em relação ao níveis históricos, segundo o BofA, e que poderiam se beneficiar da mudança de cenário. "O ciclo de aperto monetário está chegando ao fim no Brasil , o que pode engatilhar uma rotação para nomes de crescimento."
A expectativa de que ventos favoráveis, enfim, impulsionem as fintechs na bolsa também foi reforçada por analistas do Itaú BBA. O setor, segundo o banco, pode se beneficiar da mudança de pano de fundo, mesmo com a parte operacional ainda pressionada pelo ambiente macroeconômico.
"Aumentos de juros menos acentuados no Brasil ou cortes antes do esperado poderia incitar uma rotação, negligenciando os fracos ganhos de curto prazo", afirmaram analistas do Itaú BBA em relatório.
O momento, segundo o banco, já justifica o aumento de exposição em fintechs como Méliuz (CASH3), Inter e Pagseguro. Mas incertezas eleitorais seguem como um fator de risco para as curvas de juros -- e consequentemente para tais posições --, disseram os analistas.
"Então, por enquanto, sugerimos histórias de longa duração que também produzem ganhos de curto prazo. Isso deixa o Nubank fora da nossa lista."
O BBA vê oportunidades principalmente na montagem de pares long and short, com fintechs na ponta comprada e financeiras maduras ("de valor", no jargão do mercado), na vendida. A ponta comprada, vale lembrar, aposta na valorização dos papéis, enquanto a vendida, na queda.
Inter x grandes bancos, Pagseguro x Cielo (CIEL3) e Méliuz x Banco ABC (ABCB4) foram algumas das recomendações do Itaú BBA. Os analistas também indicaram o par BTG Pactual (BPAC11) e B3 (B3SA3) x bancos incumbentes.
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