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Fintech quer concorrer com a B3 no mercado de bolsas de valores

O objetivo da M2M é atuar na área de Infraestrutura do Mercado Financeiro, ou IMF, oferecendo serviços como registro, depósito e liquidação, entre outros

B3: concorrência deve aumentar nos próximos anos (Germano Lüders/Exame)

B3: concorrência deve aumentar nos próximos anos (Germano Lüders/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 18 de maio de 2019 às 08h37.

Última atualização em 18 de maio de 2019 às 08h37.

São Paulo - A Mark 2 Market (M2M), hoje uma fintech que presta serviços de consolidação de dados para as tesourarias de grandes empresas, quer entrar no segmento de bolsas de valores, hoje monopólio da B3. A empresa foi criada em 2010 e tem hoje mais de R$ 180 bilhões controlados entre dívidas, aplicações e derivativos de clientes, e protocolou “nos últimos dias” na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um pedido para que possa atuar como uma Central Depositária de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Neste momento, a empresa diz que já controla mais da metade das emissões desse tipo de papel.

O objetivo da M2M é atuar na área de Infraestrutura do Mercado Financeiro, ou IMF, oferecendo serviços como registro, depósito e liquidação, entre outros. Atualmente apenas a B3 tem esta oferta no Brasil, seja no mercado de renda fixa, seja no de ações.

A M2M é um exemplo do tipo de concorrência que a bolsa B3 deverá enfrentar nos próximos anos, de empresas de tecnologia com serviços especializados em determinados nichos e mais baratos. A entrada neste mercado depende, porém, de autorização do regulador, por isso o pedido da M2M para a CVM. Nesse ponto, será preciso verificar se o regulador não exigirá contrapartidas exageradas em nome dos controles de mercado que impeçam a entrada dessas empresas, como ocorreu inicialmente com as fintechs de crédito no Banco Central (BC). O BC reviu as exigências, o que permitiu a maior concorrência com os bancos.

A empresa diz que está buscando “uma disrupção da oferta de soluções e serviços em um mercado com espaço para novas tecnologias, como blockchain, por exemplo, mas também ávido por mudanças de paradigma no tipo de atendimento e valor que uma IMF pode gerar, seja pela eficiência operacional, transparência ou mesmo inovação tecnológica”.

“Com nossa aplicação, já conseguimos gerar valor às empresas e temos grande reconhecimento pelo nosso atendimento”, afirma Rodrigo Amato, presidente da Mark 2 Market. “Com este passo, queremos mais, e acreditamos que é possível transformar uma infraestrutura de mercado em um serviço mais tecnológico, menos burocrático, mais ágil e transparente aos diversos participantes.” acrescenta.

A M2M afirma que é a única no Brasil com uma plataforma 100% “Software as a Service” (SaaS, ou software como serviço), em nuvem, que fornece o cálculo automatizado dos instrumentos financeiros, já alimentado diariamente com curvas e dados de mercado, além de serviços e equipe especializados em tesouraria para demandas pontuais ou recorrentes, como o atendimento à auditoria e contabilidade.

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