Invest

Fim de uma saga? Após anos de impasse, CSN reduz fatia na Usiminas e cumpre decisão do Cade

Ações da Usiminas sobem mais de 6% no pregão de hoje, refletindo o alívio com a saída da pressão vendedora do papel

O Cade determinou que a CSN se desfizesse de parte de sua participação na Usiminas a fim de evitar uma concentração excessiva no mercado de siderurgia (Monty Rakusen/Getty Images)

O Cade determinou que a CSN se desfizesse de parte de sua participação na Usiminas a fim de evitar uma concentração excessiva no mercado de siderurgia (Monty Rakusen/Getty Images)

Juliana Alves
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 13h20.

Após mais de uma década de embates judiciais, a CSN (CSNA3) finalmente reduziu sua participação na Usiminas (USIM5) para um patamar abaixo dos 5%, como estabelecido pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A siderúrgica anunciou hoje a venda de 36,2 milhões de ações ordinárias e 472 mil ações preferenciais da concorrente para o Vera Cruz Fundo de Investimentos, reduzindo sua participação para 4,99% em cada classe de papéis.

A operação, avaliada em cerca de R$ 163,7 milhões com base nos preços de fechamento do pregão de segunda, 4, representa o cumprimento, enfim, de uma exigência imposta pelo Cade desde 2014. Naquele ano, o órgão antitruste determinou que a CSN deveria reduzir sua fatia na Usiminas para evitar concentração excessiva no setor de siderurgia.

Os papéis da Usiminas (USIM5) sobem mais de 6% no pregão de hoje, na segunda maior alta do Ibovespa, refletindo em grande parte o alívio da pressão vendedora do papel – um risco que há anos pairava no mercado.

A CSN já chegou a deter 16% do capital da Usiminas. Na semana passada, em outro movimento de desinvestimento, a empresa já tinha reduzido sua participação de 12,91% para 7,92%, numa transação feita com a Globe Investimentos. De acordo com o Valor Econômico, o veículo de investimento pertence aos irmãos Batista, controladores da JBS.

A pressão pelo desinvestimento se intensificou no fim de junho, quando o órgão regulador reiterou a decisão de 2014 e deu um prazo de 60 dias para que a CSN apresentasse um plano de desinvestimento.

Em fevereiro, o Tribunal Regional Federal da 6ª Região já havia intimado os sete conselheiros do Cade a se posicionarem sobre o prazo efetivo para a venda. Antecipando-se a uma possível decisão judicial, a CSN concluiu a venda nesta semana, encerrando uma das novelas mais longas do setor siderúrgico brasileiro.

Acompanhe tudo sobre:CSN Mineração (CMIN3)UsiminasCadeAçõesSiderurgia e metalurgia

Mais de Invest

Ibovespa ignora tarifaço e opera em alta de mais de 1%

Recessão à vista? Os sinais que acenderam alerta na economia dos EUA

'Boring' é bom: resultado previsível do Itaú revela consistência e busca por eficiência, diz CEO

Eficiência, vendas (e Ozempic): As cinco razões pelas quais a RD sobe mais de 15% após balanço