Mercados

Fibria confirma reajuste no preço da celulose e vê mercado forte

SÃO PAULO (Reuters) - A Fibria acredita que as perspectivas para os preços da celulose continuam positivas para este ano. Os estoques globais do produto continuam em baixa e não existem anúncios de aumentos de capacidades que possam suprir no curto prazo a demanda que segue crescente.   "Enquanto os estoques estiverem apertados... com recuperação […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2010 às 13h21.

SÃO PAULO (Reuters) - A Fibria acredita que as perspectivas para os preços da celulose continuam positivas para este ano. Os estoques globais do produto continuam em baixa e não existem anúncios de aumentos de capacidades que possam suprir no curto prazo a demanda que segue crescente.

"Enquanto os estoques estiverem apertados... com recuperação na Europa e nos Estados Unidos e a China continuar com demanda forte, os preços devem ser sustentados no atual patamar no curtíssimo prazo", disse o diretor de Relações com Investidores da Fibria, Marcos Grodetzky.

O executivo espera que a demanda global suba 3 por cento ao ano, o que implicaria em necessidade adicional de 2 milhões de toneladas de celulose a cada ano.

A indicação de que novos aumentos da celulose poderão ocorrer em 2010 segue-se à confirmação pela Fibria de aumento em 30 dólares por tonelada no valor da commodity exportada.

Para o continente asiático, o novo valor passa a ser de 750 dólares por tonelada, para a Europa o preço fica em 790 dólares por tonelada e para os EUA, em 820 dólares por tonelada.

A Suzano Papel e Celulose revelou em 23 de fevereiro o aumento nos preços. Na mesma data, as portuguesas Altri e Portucel também anunciaram reajustes.

Em teleconferência com jornalistas nesta segunda-feira para comentar o desempenho da Fibria no quarto trimestre e em 2009, Grodetzky não teceu, porém, estimativa de quantos aumentos deverão ocorrer e a que preço a celulose deverá chegar, seja para a própria Fibria ou para o mercado de maneira geral.

O nível de descontos da Fibria --maior produtora mundial de celulose-- para clientes está estável e os recentes aumentos propostos pela companhia estão sendo absorvidos pelos compradores, disse o diretor da companhia.

INVESTIMENTO EM ÁREA FLORESTAL

Os investimentos da Fibria previstos para este ano, na ordem de 1,25 bilhão de reais, serão destinados principalmente para a área florestal da companhia. "Em 2010 os investimentos irão recompor o nível que a gente julga adequado, principalmente para florestas, que é o grosso da manutenção", disse o diretor de RI da empresa.

"Ainda não estamos tratando de novas expansões fabris, o que não quer dizer que em 2010 a gente não vá voltar a esse tema."

Grodetzky afirmou ainda que, após a conclusão da venda da unidade de Guaíba (RS) para a chilena CMPC, no fim de 2009, não existe nenhuma outra operação de desinvestimento em curso.

A Fibria teve prejuízo líquido de 150 milhões de reais no quarto trimestre, contrariando a previsão média de analistas consultados pela Reuters de lucro. A receita e a geração de caixa, porém, ficaram dentro do esperado.

"Operacionalmente já estamos entregando resultados", disse Grodetzky, referindo-se à união de VCP e Aracruz, que resultou na criação da Fibria.

A dívida líquida da companhia foi reduzida de 13,1 bilhões de reais em setembro para 10,7 bilhões de reais em dezembro. O diretor de RI disse que o prazo médio do endividamento, que subiu de 46 meses no fim do terceiro trimestre para 60 meses, é "adequado" e não existe necessidade de se buscar novos alongamentos.

A ação da Fibria subia 2,61 por cento às 13h27, s a 33,81 reais, enquanto o Ibovespa subia quase 1 por cento.

Acompanhe tudo sobre:CommoditiesEmpresasEmpresas abertasFibriaMadeiraPapel e CelulosePreços

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol