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Ferrari mais cara: montadora reajusta preços em até 10% por tarifas

Aumento pode adicionar quase R$ 300 mil ao valor final de cada carro

Montadora italiana estima que as novas regras podem reduzir em até 0,5 ponto percentual suas margens neste ano (Ferrari/Divulgação)

Montadora italiana estima que as novas regras podem reduzir em até 0,5 ponto percentual suas margens neste ano (Ferrari/Divulgação)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 6 de maio de 2025 às 11h57.

Apesar do otimismo com os resultados do primeiro trimestre, divulgados hoje pela manhã, a Ferrari chamou atenção para um possível impacto negativo das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos.

A montadora italiana estima que as novas regras podem reduzir em até 0,5 ponto percentual suas margens de lucro operacional  neste ano.

O presidente Donald Trump decretou uma tarifa de 25% sobre veículos importados da União Europeia em abril, o que levou a Ferrari a reajustar em até 10% o preço de alguns modelos — um aumento que pode adicionar até US$ 50 mil ao valor final de cada carro.

Ainda assim, a companhia manteve sua projeção de resultados para 2025. A expectativa é de uma receita superior a €7 bilhões, Ebitda de pelo menos €2,68 bilhões (com margem de 38,3%) e lucro ajustado por ação de €8,60.

Essa ação é uma Ferrari: por que a montadora decola na Bolsa

Em meio à incerteza causada pelas políticas comerciais de Trump, diversas montadoras europeias, como Mercedes, Ford e Stellantis, suspenderam suas projeções para o ano. Mas analistas veem na postura da Ferrari um sinal de solidez.

Na terça-feira, as ações da Ferrari listadas em Milão chegaram a cair durante a manhã, mas inverteram o movimento após a divulgação do balanço e subiam 1,7% às 11h40 (horário de Brasília).

A companhia registrou lucro líquido de €412 milhões no primeiro trimestre de 2025, um avanço de 17% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado veio ligeiramente acima da expectativa dos analistas consultados pela Reuters, que projetavam €410 milhões.

O bom desempenho foi impulsionado por uma combinação de maior demanda por veículos personalizados e modelos de ticket mais alto, como a linha SF90XX, o 12Cilindri e o 499P Modificata.

A receita líquida da companhia subiu 13%, para €1,79 bilhão, mesmo com os embarques praticamente estáveis no período, totalizando 3.593 unidades.

“Todos os indicadores-chave apresentaram crescimento de dois dígitos, evidenciando a força da nossa rentabilidade com base no mix de produtos e nas personalizações”, afirmou o CEO Benedetto Vigna, em comunicado. “Começamos mais um ano com força.”

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