Painel de cotações da B3 | Foto Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
Bloomberg
Publicado em 1 de novembro de 2021 às 07h00.
Última atualização em 1 de novembro de 2021 às 07h20.
A semana que começa nesta segunda-feira, 1, será mais curta para a bolsa brasileira, que fica fechada amanhã para o feriado de Finados. A expectativa é que as grandes movimentações nos mercados ocorram a partir de quarta-feira, na volta da celebração.
Para quarta, estão programadas a divulgação da ata do Copom e a decisão de política monetária nos Estados Unidos. O investidor monitora ainda a tentativa de aprovação da PEC dos precatórios ou a apresentação de outras soluções para custear o programa social do governo, o Auxílio Brasil. Vale lembrar que os riscos fiscais levaram o Ibovespa a registrar em outubro sua pior baixa mensal do ano.
A agenda ainda traz payroll nos EUA, decisão do Banco Central Inglês (BOE), PMIs na China e produção industrial aqui no Brasil. O leilão de 5G também está no radar. Veja abaixo os principais temas que devem movimentar a semana:
O mercado deve ficar atento à divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que elevou a taxa básica de juros da economia em 1,5 ponto percentual, levando a Selic para 7,75% ao ano.
As atenções devem se voltar para o foco da política monetária entre 2022 e 2033. Alguns analistas também consideraram menos enfático do que o previsto o tom do BC sobre os riscos inflacionários e fiscais.
Excepcionalmente, a ata será divulgada às 7h, antes da participação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em evento da COP-26.
O boletim Focus, divulgado às 9h desta segunda-feira, também pode trazer projeções maiores para a Selic e a inflação, também refletindo o IPCA-15, que superou as estimativas.
Enquanto a ata do Copom pode mover o mercado local na quarta de manhã, à tarde todos os olhos se voltam para a decisão do Fomc, o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos.
Na sequência da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, fará um discurso em que deve anunciar a retirada gradual do programa de recompra de títulos -- processo conhecido como tapering.
No dia seguinte, será a vez do BC britânico, o BOE, fazer a sua reunião. Possíveis sinalizações sobre apertos monetários ainda poderão ser checadas em falas de dirigentes do Banco Central Europeu ao longo da semana.
Os EUA também divulgarão dados importantes nesta semana, como o resultado de empregos não-agrícolas, o payroll, de outubro, que sai na sexta e tem estimativa de criação de 400.000 vagas. Já a China divulgará os indices de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) dos setores de indústria e serviços -- dados com potencial de afetar os mercados nesta segunda-feira.
Por falta de quórum seguro para a base governista, a votação da PEC dos precatórios na Câmara foi adiada para quarta-feira, 3. A dificuldade do governo em aprovar a emenda, que viabilizaria o novo programa social Auxílio Brasil, gerou no mercado o receio de abandono da PEC e adoção de medidas potencialmente ainda mais negativas para as contas públicas.
Entre as opções estaria a extensão do auxílio emergencial, por meio de crédito extraordinário, ou mesmo a decretação do estado de calamidade, segundo os jornais.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que se reunirá com a presidência da Petrobras (PETR3/PETR4) e com governadores nesta semana para discutir preços de combustíveis. Um possível fundo equalizador e uma política de preços atrelada ao câmbio estarão na discussão, afirmou.
Já o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo está tentando buscar uma maneira de mudar a legislação sobre reajustes do preço da estatal. Ele criticou o fato de o preço do combustível ser atrelado ao dólar e disse que a “Petrobras tem que ser uma empresa que dê um lucro não muito alto como tem dado”.
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse que discussão sobre a privatização da Petrobras é “muito produtiva” e “saudável”, mas, por enquanto, nada mais do que isso. O banco, que coordenou vários processos de privatização durante a presidência de Bolsonaro, não foi oficialmente notificado pelo governo para iniciar qualquer ação a respeito, segundo ele.
A Agência Nacional de Telecomunicações promove na quinta-feira, 4, a maior oferta de espectro da história ao licitar as radiofrequências nas faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz de acesso móvel.
O leilão vai movimentar cerca de R$ 50 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões irão para os cofres do Tesouro, caso todos os lotes sejam arrematados, segundo a agência. Quinze proponentes entregaram documentação para participar do leilão.
*Com a redação