As ações da Cemig (CMIG4) estão na lanterna do Ibovespa desta quarta-feira, 22 (Bruno Magalhaes/Agência Nitro/Site Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 22 de novembro de 2023 às 16h38.
Última atualização em 23 de novembro de 2023 às 08h18.
As ações da Cemig (CMIG4) ficaram na lanterna do Ibovespa desta quarta-feira, 22. Embora tenham operado na maior parte do pregão próximos à estabilidade, os papéis viraram para o negativo após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmar ao jornal O Globo que concordou com o repasse de ativos do estado para a União. No fechamento, os papéis CMIG4 tiveram uma baixa de 9,71%.
As declarações do governador foram feitas no início da tarde de hoje, após reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no Congresso Nacional. No encontro, teria sido feita a proposta para Zema repassar os ativos do estado mineiro à União a fim de abater a dívida de aproximadamente R$ 160 bilhões.
“Estamos de acordo”, disse Zema ao ser questionado pelo O Globo quanto à proposta do repasse de ativos.
Caso esse movimento efetivamente aconteça, além da Cemig, a Copasa (CSMG3) também estaria entre os ativos que ficaram sob tutela federal. No Ibovespa, a companhia mineira de saneamento também opera no negativo, com queda de 4,97%.
A notícia de que Zema aceitou federalizar a Cemig, a Copasa e a Codemig não pegou o mercado de surpresa. A proposta de repasse já estava circulando e, na véspera, os analistas do Itaú BBA escreveram que os caminhos seriam desafiadores.
“Vemos uma potencial federalização como muito negativa para a Cemig e a Copasa, pois provavelmente resultaria em uma mudança na equipe de gestão e nos planos estratégicos dessas empresas. A equipe de gestão tem conseguido implementar mudanças para melhorar a eficiência das empresas, apesar das restrições de serem estatais”, dizem.
Quanto à proposta de federalização da Cemig e da Copasa, devido à dívida bilionária do estado de Minas Gerais, os analistas destacam que a proposta de federalização esteja mais relacionada ao contexto político do que à possível caducidade da liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendia temporariamente o pagamento serviço da dívida até 20 de dezembro.
“Em situações anteriores, o STF já atendeu a pedidos do governo estadual para suspender o pagamento de dívidas à União sob o argumento de que há restrições constitucionais ao corte de despesas em determinadas áreas, como educação e saúde. No entanto, essa liminar permitiu que o governo estadual cumprisse suas obrigações, como o pagamento de salários aos seus servidores públicos”, afirmam os analistas do Itaú BBA.