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Fed pode elevar juro de forma mais agressiva, diz Powell

As autoridades de política monetária do Fed subiram os juros na semana passada pela primeira vez em três anos e sinalizaram altas contínuas dos juros no futuro

FED: Powell também repetiu nesta segunda-feira que as reduções do enorme balanço patrimonial do Fed podem começar em maio (Kevin Lamarque/Reuters)

FED: Powell também repetiu nesta segunda-feira que as reduções do enorme balanço patrimonial do Fed podem começar em maio (Kevin Lamarque/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de março de 2022 às 15h50.

Última atualização em 21 de março de 2022 às 15h55.

O banco central dos Estados Unidos tem que agir "rapidamente" para controlar a inflação alta demais, disse o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta segunda-feira, acrescentando que, se necessário, o Fed pode realizar aumentos da taxa de juros maiores do que o normal para reduzir a alta dos preços.

"O mercado de trabalho está muito forte e a inflação, muito alta", afirmou Powell em comentários preparados para uma conferência da National Association for Business Economics .

"Há uma necessidade óbvia de agir rapidamente para retornar a postura da política monetária a um nível mais neutro e, em seguida, passar para níveis mais restritivos, se isso for necessário para restaurar a estabilidade de preços."

Particularmente, acrescentou, "se concluirmos que é apropriado agir de forma mais agressiva, elevando os juros em mais de 25 pontos-base em uma reunião ou reuniões, nós o faremos".

As autoridades de política monetária do Fed subiram os juros na semana passada pela primeira vez em três anos e sinalizaram altas contínuas dos juros no futuro. A maioria vê a taxa básica de juros de curto prazo -fixada próxima de zero por dois anos- chegando a 1,9% até o final de 2022, um ritmo que pode ser alcançado com aumentos de 0,25 ponto percentual em cada uma das próximas seis reuniões.

Até o final de 2023, as autoridades do banco central esperam que a taxa de juros esteja em 2,8%, o que levaria os custos dos empréstimos a um nível em que eles realmente começariam a prejudicar o crescimento. A maioria dos membros do Fed vê o nível "neutro" como algo entre 2,25% e 2,5%.

Powell também repetiu nesta segunda-feira que as reduções do enorme balanço patrimonial do Fed podem começar em maio.

RISCOS DE INFLAÇÃO

A inflação segundo o indicador preferencial do banco central está em três vezes a meta de 2% do Fed, pressionada por problemas nas cadeias de suprimentos que estão demorando mais para se corrigirem do que a maioria esperava e que podem piorar conforme a China responde a surtos de Covid-19 com novos lockdowns.

Elevando ainda mais a pressão aos preços, a guerra da Rússia na Ucrânia está elevando os preços do petróleo, o que ameaça subir ainda mais a inflação. Os EUA, agora o maior produtor mundial da commodity, estão mais aptos a resistir a um choque do petróleo agora do que na década de 1970, destacou Powell.

Embora em tempos normais o Fed provavelmente não apertaria a política monetária para lidar com o que no final pode ser um aumento temporário nos preços das commodities, Powell disse que "o risco está aumentando de que um período prolongado de inflação alta possa empurrar as expectativas de longo prazo desconfortavelmente para cima."

No ano passado, o banco central previu repetidamente que as pressões da cadeia de oferta diminuiriam e depois ficou repetidamente desapontado.

"À medida que definirmos a política monetária, procuraremos o progresso real nessas questões e não presumiremos um alívio significativo do lado da oferta no curto prazo", disse Powell nesta segunda-feira.

As autoridades do Fed esperam conter a inflação sem pressionar o crescimento ou elevar o desemprego, e suas previsões divulgadas na semana passada sugerem que eles veem uma trajetória para isso, com a mediana das projeções de inflação em queda para 2,3% até 2024, mas o desemprego ainda em 3,6%.

Powell afirmou, nesta segunda-feira, esperar que a inflação recue para "perto de 2%" nos próximos três anos e que, embora uma "aterrissagem suave" possa não ser simples, há muitos precedentes históricos.

"A economia está muito forte e bem posicionada para lidar com uma política monetária mais apertada", disse ele.

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