Jerome Powell, presidente do Federal Reserve: diretores do banco central americano passam a prever apenas um corte em 2024 (Kevin Lamarque/Reuters)
Repórter
Publicado em 12 de junho de 2024 às 15h27.
Última atualização em 12 de junho de 2024 às 15h29.
O Federal Reserve (Fed) decidiu nesta quarta-feira, 12, manter os juros inalterados no intervalo entre 5,25% e 5,5%, como amplamente esperado pelo mercado. Assim como na comunicação anterior, o comitê liderado pelo presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que não dará início aos cortes de juros antes que tenha confiança suficiente de que a inflação está convergindo para a meta de 2%. Nesse sentido, a boa notícia é que o novo comunicado passou a reconhecer "progressos modestos" nos últimos meses em direção ao objetivo de inflação de 2%, enquanto no comunicado anterior dizia haver "falta de progressos".
Por outro lado, as projeções trimestrais do Federal Reserve foram no sentido negativo, prevendo taxas de juros e inflação mais altas. O documento, elaborado a partir de perspectivas dos diretores do Fed, passou a prever apenas um corte de juros neste ano, ante a projeção de março, que previa três. Também foi revisada para cima a projeção para a taxa para o fim do ano que vem, que passou de um intervalo entre 3,75% e 4% para entre 4% e 4,25%. Já a taxa de juros de longo prazo passou de uma mediana de 2,6% para 2,8%.
A previsão para o Índice de Preço sobre Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), principal referência do Fed para a inflação, também sofreu revisão negativa. Para o PCE deste ano, o consenso dos diretores do Fed passou de 2,4% para 2,6%, e para o de 2025, de 2,2% para 2,3%. Já o PCE de 2026 seguiu ancorado na meta de 2%.
Além da decisão de manter os juros inalterados, o Fed anunciou que, a partir deste mês, diminuirá a velocidade da redução de participação em títulos de US$ 60 bilhões para US$ 25 bilhões. Com uma menor oferta de títulos sendo vendidos, a pressão sobre os preços dos títulos é reduzida, o que ajuda a manter os preços mais altos e, consequentemente, os rendimentos (yields) mais baixos.