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Fed está 'fortemente comprometido' a reduzir inflação, diz Powell

Presidente do banco central americano defende que economia do país está bem posicionada para lidar com a política monetária mais apertada

Jerome Powell, presidente do Fed, falou esta manhã em depoimento ao Senado (./Bloomberg)

Jerome Powell, presidente do Fed, falou esta manhã em depoimento ao Senado (./Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de junho de 2022 às 12h19.

Última atualização em 22 de junho de 2022 às 12h23.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, disse nesta quarta-feira, 22, que a instituição está fortemente comprometida a reduzir a inflação doméstica e atuando rapidamente para garantir que isso se concretize.

Em discurso introdutório de seu testemunho no Senado norte-americano, Powell afirmou que o Fed dispõe de instrumentos e vontade para restaurar a estabilidade dos preços nos EUA, que estão nos maiores patamares em cerca de quatro décadas.

Powell falou ao Senado uma semana depois de o Fed ter elevado sua taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual (p.p.), no maior aumento desde 1994.

Segundo Powell, dados referentes a maio sugerem que o núcleo da inflação - que desconsidera preços de energia e alimentos - manteve o mesmo ritmo ou desacelerou um pouco. Ele também ponderou que o salto nos preços das commodities, motivado pela guerra na Ucrânia, é um fator de pressão extra para a inflação.

Dados também indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu neste segundo trimestre, com o consumo se mantendo forte, acrescentou Powell. Ainda no discurso, Powell disse que a demanda agregada está forte, mas ressaltou que os problemas na oferta são maiores e mais duradouros.

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Fôlego

O presidente do Federal Reserve afirmou também que o aperto nas condições financeiras em andamento nos Estados Unidos "deve continuar a tirar fôlego do crescimento e a ajudar a equilibrar melhor a demanda e a oferta". Durante discurso inicial em sessão de comitê do Senado, o presidente do Fed comentou também, porém, que os lockdowns na China, a fim de conter a covid-19, devem exacerbar problemas atuais nas cadeias de produção globais.

Powell disse que as condições financeiras agora estão "bem mais apertadas", com as decisões já tomadas pelo Fed de subir os juros e a expectativa do mercado de que o BC seguirá nesse rumo.

Segundo ele, o comando do Fed antecipa que as altas de juros em andamento "serão apropriadas". E lembrou que, em maio, foi anunciado o plano para reduzir o balanço, já iniciado.

Nos próximos meses, segundo Powell, o Fed estará atento a evidências de que a inflação perde força, consistente com o retorno para a meta de 2% adiante. "O ritmo dessas mudanças para cima nos juros continuará a depender dos dados por vir e da perspectiva em andamento para a economia", ressaltou. "Nós faremos nossas decisões reunião a reunião, e continuaremos a comunicar nossas reflexões o mais claramente possível", garantiu enfatizando o objetivo de levar a inflação à meta e manter as expectativas de inflação no mais longo prazo "bem ancoradas".

Powell admitiu que o "ambiente incerto" atual pode fazer com que a economia tome "rumos inesperados". A inflação "obviamente surpreendeu para cima ao longo do último ano, e mais surpresas podem ocorrer", advertiu, ressaltando a disposição dos dirigentes de responder aos próximos dados e à perspectiva. Ainda segundo ele, a economia norte-americana "está muito forte e bem posicionada para lidar com a política monetária mais apertada".

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