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Fed deve adotar redução do balanço ao ritmo inicial de US$95 bi por mês

Banco central americano ainda deve acelerar ritmo de alta nas taxas de juros na próxima reunião

Fed prepara terreno para aperto na política monetária (Brendan McDermid/Reuters)

Fed prepara terreno para aperto na política monetária (Brendan McDermid/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de abril de 2022 às 16h42.

Última atualização em 6 de abril de 2022 às 16h43.

Autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central americano) concordaram em reduzir seu balanço patrimonial já na próxima reunião, em maio, em um valor consenso de 95 bilhões de dólares por mês.

O corte seria de 60 bilhões de dólares por mês das participações do Fed em Treasuries e 35 bilhões de dólares de sua carteira em títulos lastreados em hipotecas (MBS) ao longo inicialmente de um período de três meses "ou ligeiramente maior". As informações constam na ata da última reunião de política monetária, realizada de 15 a 16 de março.

O Fed iniciou um enorme programa de compra de títulos na primavera norte-americana de 2020 para ajudar a atenuar o impacto econômico da pandemia de coronavírus, o que aumentou seu balanço. Atualmente, o banco central detém cerca de 8,5 trilhões de dólares em Treasuries e MBS.

Nenhuma decisão final sobre a redução da carteira foi tomada na reunião de política monetária de 15 e 16 de março, segundo o documento, mas as autoridades fizeram "progressos substanciais" e podem "começar o processo de redução do tamanho do balanço patrimonial após a conclusão" da reunião de política monetária de 3 e 4 de maio.

Os rendimentos dos Treasuries operavam nesta tarde em patamares acima dos vistos antes da divulgação da ata, e a taxa de dez anos estava em 2,6069%. O dólar avançou para seu pico desde maio de 2020 contra uma cesta de moedas desenvolvidas, enquanto os principais índices de ações dos EUA reduziram brevemente as perdas antes de continuarem a cair. Na bolsa brasileira, o Ibovespa aprofundou as quedas após a divulgação da ata.

"Acho que não há nada material que possa gerar uma mudança no sentimento, ao contrário de ontem, quando houve uma mudança real e que acho que realmente assustou investidores", disse Alan Lancz, presidente da Alan B. Lancz and Associates em Toledo, Ohio, referindo-se a comentários feitos pela diretora do Fed, Lael Brainard, na terça-feira. Brainard disse em conferência do Fed de Minneapolis que espera uma combinação de aumentos na taxa de juros e um rápido enxugamento do balanço para levar a política monetária dos EUA a uma "posição mais neutra" neste ano, com mais aperto monetário, conforme necessário.

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Elevações maiores

A ata mostrou um Fed que navega em um cenário complexo, com o enorme salto nos casos de coronavírus deixando apenas uma "marca leve e breve" na economia. Porém, a guerra na Ucrânia faz com que alguns formuladores de política monetária se afastem do que prefeririam ser um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa de juros em março.

O banco central elevou sua taxa de juros de um dia em apenas 0,25 ponto percentual na reunião do mês passado, mas a ata pareceu preparar o terreno para a chegada de altas maiores da taxa de juros.

"Muitos participantes destacaram que um ou mais aumentos de 50 pontos-base na faixa-meta de juros podem ser apropriados em reuniões futuras, principalmente se as pressões inflacionárias permanecerem elevadas ou intensificadas", afirmou o documento.

A inflação, pela medida preferencial do Fed, está em cerca de três vezes a meta de 2% do banco central.

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