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Fed aumenta juros dos EUA em 0,75 p.p. pela 3ª vez consecutiva

Decisão do Banco Central americano era amplamente esperada pelo mercado; investidores aguardam discurso de Powell

 (Ting Shen/Bloomberg via/Getty Images)

(Ting Shen/Bloomberg via/Getty Images)

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Beatriz Quesada

Publicado em 21 de setembro de 2022 às 15h02.

Última atualização em 21 de setembro de 2022 às 17h44.

O Fomc, comitê do Federal Reserve (Fed) responsável por decidir a taxa de juros nos Estados Unidos, elevou a taxa de juros americana em 0,75 ponto percentual (p.p.) nesta quarta-feira, 21.

Esta é a terceira vez consecutiva que o Fed eleva a taxa em 0,75 p.p., levando o juro americano para o intervalo entre 3% e 3,25% – o maior desde 2008. A decisão era amplamente esperada pelo mercado. Uma alta ainda mais dura, de 1 p.p., era precificada com menos de 20% de chance.

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A grande novidade do comunicado vem com a revisão da média das projeções dos dirigentes do Fed. O comunicado aponta para juros em 4,4% ao final de 2022 e de 4,6%, ao final do próximo ano – bem acima dos 4,1% esperados pelo mercado para o mesmo período. 

O Fed também atualizou suas estimativas, prevendo um crescimento mais fraco para a economia americana, bem como uma inflação mais forte que o esperado. O PIB para 2022 foi revisto de 1,7% para 0,2%. Quanto à inflação, o Fed estima que o indicador deve fechar 2022 em 5,4%, caindo para 2,8% em 2023 e alcançando a meta de 2% apenas em 2025. 

“O aumento de juro veio em linha com o esperado e não representa, em si, uma surpresa. No entanto, todas as demais projeções realmente surpreenderam e apresentaram uma perspectiva bastante negativa, com inflação maior e mais permanente; taxas de juros que devem se manter altas por um período prolongado; e com projeção de menor crescimento para economia americana”, avalia William Castro Alves, estrategista-chefe da corretora Avenue.

Alves defende que o Fed parece estar em busca de recompor sua credibilidade com o mercado adotando uma postura mais favorável a juros mais altos frente ao cenário de inflação que não dá sinais de arrefecimento.

“Os impactos disso são um dólar mais forte, um cenário desafiador para o mercado de ações em um cenário de desaceleração/recessão nos EUA”, afirma. 

Gustavo Zuquim, diretor de portfólio do Andbank, reforça que o Fed está com um posicionamento mais ‘hawkish’, jargão do mercado para postura favorável a juros mais altos. Considerando, inclusive, elevar os juros a ponto de afetar a economia.

“A mensagem do Fed é de forte comprometimento com a inflação. A autoridade monetária reforça que vai aumentar a taxa até onde for preciso para voltar à meta de 2% de inflação”, afirma.

Em discurso após a decisão, Jerome Powell, presidente do Fed, antecipou que mais elevações nos juros estão no radar e que a autoridade monetária irá manter a taxa em nível elevado "por um tempo". "Queremos chegar rapidamente a política monetária restritiva", disse.

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