Invest

Fator, Necton, Kawa e vem mais: a estratégia por trás das compras do BTG

Banco reforça atuação de corretora digital para o investidor de varejo e prepara novo anúncio de aquisição neste mês; entenda o racional dos negócios

Sede do BTG Pactual na avenida Faria Lima, em São Paulo (Germano Lüders/Exame)

Sede do BTG Pactual na avenida Faria Lima, em São Paulo (Germano Lüders/Exame)

MS

Marcelo Sakate

Publicado em 4 de maio de 2021 às 09h46.

Última atualização em 4 de maio de 2021 às 11h41.

Virou piada até no Faria Lima Elevator (veja abaixo): o BTG Pactual (BPAC11) surpreendeu o mercado na abertura da semana com a aquisição da Fator Corretora, por valor não divulgado.

É uma lista que vai crescendo ao longo dos últimos três anos e que inclui a Kawa Capital, a Kinvo, a Necton Investimentos, a Ourinvest e a Network Partners, para ficar nos negócios mais conhecidos no mercado de capitais, além da sociedade com a EQI e outros escritórios de agentes autônomos.

Para Marcelo Flora, sócio do banco responsável pelo BTG Pactual digital, os negócios se inserem na estratégia de ganho de escala e de rentabilizar o investimento superior a 1 bilhão de reais realizado na plataforma digital.

"Temos crescido organicamente de forma muito acelerada, mas esses negócios nos ajudam a escalar de forma ainda mais rápida", disse Flora à EXAME Invest. "Trazer mais clientes e mais ativos acelera o payback do projeto, pois a plataforma está pronta."

Flora revela que o banco deve anunciar mais uma aquisição, cujas negociações estão em estágio "avançado", nos próximos 30 dias, talvez até em menor prazo.

"Já temos um MOU (memorando de entendimento) assinado e falta a documentação definitiva." Segundo ele, trata-se de uma aquisição maior do que a da Fator Corretora.

Ao fim do ano passado, o BTG Pactual tinha mais de 630 bilhões de reais sob gestão (AuM), incluindo as áreas de Asset Management e de Wealth Management, com clientes de tíquete médio mais elevado. O BTG faz parte do mesmo grupo que controla a EXAME.

O executivo explica que o BTG Pactual digital, por sua vez, atua por meio de quatro grandes canais:

1) B2C: foi a primeira operação e que conta com o marketing online para a aquisição de clientes.

2) B2B: É a operação que foi resultado da aquisição da Network Partners em 2018. É a frente dos agentes autônomos.

3) Advisors: Frente que nasceu a partir da aquisição da Ourinvest em 2019. Os assessores são funcionários e comissionados.

4) Necton: É a frente que atua de forma independente, com forte atuação junto a investidores institucionais, que respondem por mais da metade das receitas nesse canal. Veio da aquisição anunciada em outubro passado.

"Na aquisição da Fator Corretora, a marca fica com a Fator, e nós distribuímos os clientes e os agentes autônomos entre os três primeiros canais. Será uma integração de forma muito simples", explica Flora. No caso da Fator Corretora, o BTG decidiu não revelar tanto a base de clientes como os ativos sob custódia (AuC) que serão incorporados.

As negociações começaram mais de um ano e meio atrás, com avanço nos últimos seis meses.

As aquisições se inserem também no movimento de consolidação do mercado para o investidor de varejo, em linhas com duas mudanças estruturais: os menores juros básicos da história do país, que aceleram a migração do investidor para produtos mais sofisticados -- é o fenômeno do financial deepening; e o avanço da digitalização, que simplifica e acelera o acesso a informações e a ferramentas de investimento.

Veja abaixo o tweet do Faria Lima Elevator:

 

Acompanhe tudo sobre:BTG PactualAçõesCorretorasbtg-pactual-digital

Mais de Invest

AstraZeneca se antecipa a prazo dado por Trump e oferece descontos de até 70% em remédios nos EUA

Latam planeja até 30 novos destinos no Brasil com encomenda de jatos da Embraer

Procon inicia averiguação de falhas da Enel no fornecimento de energia após fortes chuvas em SP

Gol reformula tarifas para passageiros de voos domésticos e internacionais; veja o que muda