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Fator China deve levar NY a abrir com perdas

Preocupações com a liquidez bancária na China, que já derrubaram bolsas na Ásia e provocam quedas na Europa, influenciam negativamente também as operações em Wall Street


	Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,82%, o Nasdaq recuava 0,33 e o S&P 500 tinha baixa de 0,71%
 (REUTERS/Brendan McDermid)

Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,82%, o Nasdaq recuava 0,33 e o S&P 500 tinha baixa de 0,71% (REUTERS/Brendan McDermid)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2013 às 10h54.

Nova York - As bolsas norte-americanas devem iniciar a semana em baixa, de acordo com os índices futuros. Preocupações com a liquidez bancária na China, que já derrubaram bolsas na Ásia e provocam quedas na Europa, influenciam negativamente também as operações em Wall Street.

Às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,82%, o Nasdaq recuava 0,33 e o S&P 500 tinha baixa de 0,71%.

O temor dos investidores sobre a liquidez no mercado interbancário na China e, consequentemente, sobre a saúde do sistema financeiro local, surge dentro do cenário de mudança da política monetária nos Estados Unidos e de redução no ritmo de compras mensais de ativos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o que ajuda a manter o assunto na ordem do dia.

Com os investidores institucionais realocando carteiras e retirando o dinheiro de mercados emergentes em direção aos EUA, a oferta de recursos no mercado interbancário chinês diminuiu. Como resultado, as taxas dos empréstimos entre os bancos subiram e os economistas já falam que o crédito pode crescer menos na China este ano.

A expectativa de menor expansão dos empréstimos, em meio aos recursos mais escassos para os bancos, é citado pelo Goldman Sachs no relatório em que rebaixou as projeções de crescimento econômico do país - outra notícia negativa sobre a China neste início de semana. A expectativa do banco agora é de que o PIB chinês cresça 7,4% em 2013, ante estimava anterior de 7,8%.

Nos Estados Unidos, esta segunda-feira, 24, tem agenda menos intensa de indicadores, com destaque para índices calculados pelo Federal Reserve de algumas regiões.

O primeiro número divulgado hoje foi o índice de atividade nacional do Fed de Chicago, região conhecida por participar da cadeia de produção do setor automobilístico, que subiu a -0,30 em maio. Às 11h30 (de Brasília), o Fed de Dallas divulga o índice de atividade das empresas de junho.


Nesta manhã, o presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, que é vice-presidente do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), declarou que a política do Fed não estimulou a economia o suficiente nos últimos anos e que o banco central fracassou nas metas de emprego e inflação.

Na agenda de hoje, o presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, que não tem poder de voto no Fomc, discursa às 14h (de Brasília) em um evento em Londres.

Em meio ao estresse causado no mercado financeiro após o presidente do Fed, Ben Bernanke, dar pistas mais claras na semana passada sobre o fim dos estímulos monetários, a apresentação de Fisher deve atrair atenção de Wall Street, ainda mais diante da preocupação com a liquidez na China.

Em declarações no começo do mês, o dirigente declarou ser a favor da redução do programa de compras de ativos e destacou que as aquisições de títulos são um combustível para a inflação.

Ainda com relação à política monetária do Fed, a semana tem o anúncio de números importantes que podem dar novos indícios de como está a economia norte-americana e fomentar as especulações de quando a redução nas compras de ativos vai efetivamente começar.

Entre os números previstos, estão as encomendas de bens duráveis, o índice de confiança do consumidor e a terceira (e última) revisão do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre.


Os economistas destacam em análises nesta segunda-feira que a tendência é que os indicadores econômicos que serão divulgados esta semana e nas próximas gerem muito mais apreensão e volatilidade nos mercados antes e depois dos anúncios.

Números que mostrem que a economia norte-americana se recupera em ritmo mais forte podem ser acompanhados de ordens de vendas nas bolsas, pois sinalizam que a mudança da política monetária do Federal Reserve está próxima.

"Como desacostumar os investidores a esse dinheiro fácil entrando todo mês no mercado? Sair da política de relaxamento monetário será muito mais difícil do que entrar", avalia o diretor da gestora Rockfeller & Co., Jimmy Chang, em um relatório a clientes. "O trabalho de Ben Bernanke (o presidente do Fed) está apenas meio concluído", completa.

Já o economista da Markit, Chris Williamson, avalia que os indicadores recentes têm mostrado tendências mistas da atividade econômica dos EUA.

Os números calculados pela Markit, como o índice dos gerentes de compras (PMI) industrial, revelaram expansão em ritmo moderado do setor manufatureiro. Já a construção civil segue tendo dados mais animadores. Nesse cenário, o economista vê o mercado de trabalho, um dos principais balizadores para a política do Fed, ainda crescendo em ritmo fraco em junho.

No noticiário corporativo, o Citibank anunciou nesta segunda-feira que abrirá um escritório no Iraque. O banco central do país já deu sinal verde para a abertura, segundo um comunicado do Citi. No pré-mercado, a ação do banco recuava 1,86%, como ocorre com outros papéis de bancos, que operavam em queda por causa dos temores sobre a liquidez das instituições financeiras na China. O Goldman Sachs perdia 1,27% e o Morgan Stanley caía 1,93%.

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