Tóquio: no Japão, o índice setorial Topix Pharma recuou 1,39% (Keith Tsuji/Getty Images)
Redatora
Publicado em 26 de setembro de 2025 às 06h10.
Os mercados internacionais operam com cautela nesta sexta-feira, 26, em meio a novos anúncios de tarifas comerciais pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à expectativa pelos dados de inflação PCE, medida preferida do Federal Reserve (Fed).
A agenda inclui ainda leituras econômicas na Europa, enquanto investidores seguem atentos à trajetória da política monetária americana.
As bolsas asiáticas encerraram o dia pressionadas pelo tombo das farmacêuticas após Trump anunciar tarifas de 100% sobre medicamentos patenteados importados a partir de outubro.
No Japão, o índice setorial Topix Pharma recuou 1,39%, com quedas expressivas de Sumitomo Pharma (-5,33%), Chugai (-3,64%) e Daiichi Sankyo (-2,11%). Na Coreia do Sul, Samsung Biologics cedeu 1,71% e SK Biopharmaceuticals caiu 3,71%. Em Hong Kong, Alibaba Health e JD Health perderam 2,92% e 2,23%, respectivamente.
No agregado, o índice sul-coreano Kospi caiu 2,45%, enquanto o Kosdaq recuou 2,03%.
Na China, o CSI 300, que reúne as principais ações listadas em Shenzhen e Xangai, encerrou o dia com queda de 0,95%. Já em Hong Kong, o Hang Seng teve baixa de 1,35%.
No Japão, o Nikkei 225 caiu 0,8%, enquanto o Topix avançou 0,05%, em meio a dados de inflação mais fracos em Tóquio. O núcleo da inflação ficou em 2,5% em setembro, abaixo da projeção de 2,8%.
As ações europeias abriram em alta, com o Stoxx 600 subindo 0,4% nas primeiras horas de negociação. Apesar da reação inicial positiva, o setor de saúde mostra volatilidade: Galderma (-1,6%), Zealand Pharma (-2%) e Novo Nordisk (-1,4%) figuraram entre as maiores quedas do setor após os anúncios de tarifas.
Segundo o JPMorgan, no entanto, o impacto tende a ser administrável, já que parte das empresas pode ampliar a produção nos EUA.
O noticiário também destacou a possibilidade de tarifas de até 50% sobre aço chinês pela União Europeia, conforme reportou o jornal alemão Handelsblatt. Além disso, o BCE divulgou pesquisa indicando aumento das expectativas de inflação de consumidores da zona do euro para os próximos 12 meses, de 2,6% para 2,8%.
Por volta das 5h50 (horário de Brasília), as bolsas europeias operavam em alta. O Stoxx 600 subia 0,27%, enquanto o DAX, de Frankfurt, avançava 0,37% e o CAC 40, de Paris, ganhava 0,47%. Em Londres, o FTSE 100 registrava alta de 0,33%.
Em Wall Street, os índices encerraram a véspera em queda pelo terceiro dia consecutivo, pressionados pela alta dos rendimentos dos Treasuries e pelo recuo de grandes nomes de tecnologia. O S&P 500 caiu 0,50%, o Nasdaq 0,50% e o Dow Jones 0,38%. Oracle despencou 5% e Tesla caiu 4%, em movimento que refletiu cautela com as avaliações do setor de inteligência artificial.
O rendimento do título de 10 anos chegou a 4,2% após a divulgação dos números de pedidos semanais de auxílio-desemprego vir abaixo do esperado e o PIB do 2º trimestre ser revisado para 3,8%. Esses dados reduziram as apostas em cortes mais agressivos de juros pelo Fed ainda neste ano.
Na manhã desta sexta, por volta das 5h50 (horário de Brasília), os futuros americanos operavam próximos da estabilidade, à espera do PCE de agosto, que deve trazer novos sinais sobre os próximos passos da política monetária. O contrato futuro do S&P 500 avançava 0,07%, o do Dow Jones subia 0,19%, enquanto o Nasdaq 100 recuava 0,07%.