Repórter
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 06h10.
O avanço das empresas ligadas à inteligência artificial tem gerado ganhos expressivos no mercado acionário dos Estados Unidos. De acordo com um relatório do JPMorgan, famílias americanas acumularam cerca de US$ 5 trilhões em riqueza no último ano apenas com ações de companhias associadas ao setor.
Em nota divulgada nesta semana, os analistas Abiel Reinhart e Michael Feroli afirmaram que o aumento patrimonial pode ter impacto direto sobre o consumo.
“Estimamos que os lares dos EUA ganharam mais de US$ 5 trilhões em riqueza no último ano com essas 30 ações de IA, e que isso deve elevar o nível anualizado de gastos em cerca de US$ 180 bilhões, ou 0,9% do total de consumo”, afirma o comunicado.
Segundo o JPMorgan, 30 ações ligadas à IA representam hoje cerca de 44% do valor total do S&P 500, índice que reúne as maiores empresas listadas em bolsa nos Estados Unidos.
De acordo com a Business Insider, o cálculo foi feito com base em uma metodologia interna do banco, que analisou empresas com alta frequência de menções a IA em notícias e transcrições de resultados corporativos.
Quase metade dessas companhias pertence ao setor de semicondutores e hardware, enquanto outras se distribuem entre software, nuvem e consultoria.
Duas atuam nas áreas de automotivos e robótica, e apenas uma — a Digital Realty Trust — opera no segmento de centros de dados.
O relatório observa que, mesmo com a volatilidade do mercado, as ações de tecnologia com maior exposição à IA mantiveram trajetória de alta na segunda metade do ano, levando os principais índices americanos a sucessivos níveis recordes.
Ainda assim, os analistas alertaram que uma eventual correção no setor poderia eliminar parte significativa desses ganhos recentes.
“Se as ações de IA agora respondem por 44% da capitalização de mercado, uma queda de 10% em seu valor reduziria a riqueza das famílias em US$ 2,7 trilhões e o consumo em cerca de US$ 95 bilhões (0,45%)”, afirmaram Reinhart e Feroli.