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Falências e recuperações judiciais crescem rapidamente, mas ainda não há crise de crédito, diz BTG

Segundo o banco, a piora do cenário acontece de forma rápida neste começo de 2023, mas ainda não se iguala a 2016

Um dos pontos de destaque tem sido o aumento de pedidos de recuperação judicial entre as grandes companhias. (Getty/Getty Images)

Um dos pontos de destaque tem sido o aumento de pedidos de recuperação judicial entre as grandes companhias. (Getty/Getty Images)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 18 de abril de 2023 às 11h22.

As condições de crédito estão piores no país, mas ainda não há uma crise, segundo a equipe de análise do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). "Neste momento, não há razão para acreditar que estamos voltando a um período semelhante a 2016, mas se as condições de crédito permanecerem apertadas por muito tempo, é provável que veremos uma aceleração significativa nos pedidos de recuperação judicial no final do ano", escreve o time em relatório divulgado hoje.

Veja também: Balanços do 4º trim.: com aperto monetário, lucro das empresas cai 26%

Segundo o banco, a piora do cenário acontece de forma rápida neste começo de 2023, numa combinação de Selic alta por mais tempo, aumento dos spreads e uma aceleração na redução das classificações de crédito das companhias.

Um exemplo: somente até abril, as agências de classificação de risco fizeram 53 reduções e apenas 10 aumentos de rating. Quanto aos spreads (são a diferença entre o preço de compra e o de venda do título e indicam quanto aquela operação de dívida está mais cara para a empresa), o índice Anbima de debêntures de 2 a 4 anos mostra um avanço de 1,7% para 2,4%, de 2022 para 2023. 

Grandes empresas registram maior aumento dos pedidos de recuperação judicial

Um dos pontos de destaque tem sido o aumento de pedidos de recuperação judicial entre as grandes companhias. O maior aumento dos pedidos está entre as grandes corporações, que já somam 35 pedidos de recuperação judicial de janeiro a março de 2023, de acordo com dados da Serasa Experian. Até março, o número total considerando pequenas e médias empresas é o maior desde 2018: foram 289 pedidos de recuperação judicial e 255 de falência. 

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