Um dos pontos de destaque tem sido o aumento de pedidos de recuperação judicial entre as grandes companhias. (Getty/Getty Images)
Repórter Exame IN
Publicado em 18 de abril de 2023 às 11h22.
As condições de crédito estão piores no país, mas ainda não há uma crise, segundo a equipe de análise do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). "Neste momento, não há razão para acreditar que estamos voltando a um período semelhante a 2016, mas se as condições de crédito permanecerem apertadas por muito tempo, é provável que veremos uma aceleração significativa nos pedidos de recuperação judicial no final do ano", escreve o time em relatório divulgado hoje.
Veja também: Balanços do 4º trim.: com aperto monetário, lucro das empresas cai 26%
Segundo o banco, a piora do cenário acontece de forma rápida neste começo de 2023, numa combinação de Selic alta por mais tempo, aumento dos spreads e uma aceleração na redução das classificações de crédito das companhias.
Um exemplo: somente até abril, as agências de classificação de risco fizeram 53 reduções e apenas 10 aumentos de rating. Quanto aos spreads (são a diferença entre o preço de compra e o de venda do título e indicam quanto aquela operação de dívida está mais cara para a empresa), o índice Anbima de debêntures de 2 a 4 anos mostra um avanço de 1,7% para 2,4%, de 2022 para 2023.
Um dos pontos de destaque tem sido o aumento de pedidos de recuperação judicial entre as grandes companhias. O maior aumento dos pedidos está entre as grandes corporações, que já somam 35 pedidos de recuperação judicial de janeiro a março de 2023, de acordo com dados da Serasa Experian. Até março, o número total considerando pequenas e médias empresas é o maior desde 2018: foram 289 pedidos de recuperação judicial e 255 de falência.