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Falas de nova CEO da Petrobras acalmam o mercado, mas desconfiança permanece entre analistas

Mercado teme que nova direção utiliza lucro da companhia para realizar investimentos com menor potencial de retorno

Magda Chambriard: nova CEO da Petrobras afirma que atenderá interesse de minoritários (Lucas Landau/Bloomberg via/Getty Images)

Magda Chambriard: nova CEO da Petrobras afirma que atenderá interesse de minoritários (Lucas Landau/Bloomberg via/Getty Images)

Publicado em 28 de maio de 2024 às 11h25.

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As ações da Petrobras (PETR3/PETR4) abriram o pregão desta terça-feira, 28, com pouco mais de 1% de alta. A valorização ocorre em reação positiva às falas de Magda Chambriard, que se pronunciou pela primeira vez como CEO da Petrobras na noite de ontem, 27. Magda reafirmou o compromisso de manter a companhia rentável e disse que atenderá os interesses dos acionistas minoritários e do controlador, o governo. A chave para se equilibrar nessa corda-bamba, afirmou a nova CEO, é a "conversa".

Magda Chambriard foi anunciada há duas semanas como substituta do então CEO Jean Paul Prates, que na avaliação do mercado vinha realizando um bom trabalho à frente da estatal, mas que veio acumulando rusgas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A troca reacendeu as preocupações sobre o uso político da Petrobras em detrimento de uma maior rentabilidade. Mas, segundo a nova CEO, a companhia seguirá caminho semelhante ao trafegado nos últimos anos, com uma política de preços "abrasileirada" e aumento de produção de petróleo.

Apesar de todas as peculiaridades, há poucas dúvidas sobre o operacional da Petrobras. O maior risco, na avaliação do mercado, é quanto à destinação dos investimentos. O medo é de que um eventual aumento de projetos voltados para energia renovável possa reduzir a distribuição de dividendos.

Incertezas sobre futuros investimentos

"Os investimentos devem aumentar, dividendos devem diminuir e política de preço dos combustíveis se manterá inalterada", afirma a Guide Investimentos em nota.

Analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame) reconhecem que a percepção de risco sobre a Petrobras tem aumentado nos últimos meses e alertam para a necessidade de o investidor se manter atento. Mas, avalia que é limitado o espaço para o crescimento no volume de investimentos. Segundo o banco, o estatuto da empresa, a lei das estatais e o perfil de longo prazo dos investimentos em petróleo impediriam uma guinada nos investimentos da Petrobras.

Os pontos mais controversos de Chambriard, segundo o BTG, seriam os investimentos em fertilizantes e no fomento da indústria naval. "Tudo isso reduziria o retorno sobre capital investido da Petrobras."

Os analistas, no entanto, ressaltaram o interesse de Chambriard explorar novas regiões, como a Foz do Amazonas e a Margem Equatorial. "Isso seria bem-vindo, dado que o setor de exploração de petróleo tem sido o principal gatilho de valor da companhia."

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