Redatora
Publicado em 23 de maio de 2025 às 07h47.
Última atualização em 23 de maio de 2025 às 09h40.
Os mercados globais operam em ritmo lento nesta sexta-feira, 23, por conta do fechamento antecipado do mercado de títulos nos Estados Unidos, que encerra o pregão às 15h, na véspera do feriado de Memorial Day.
A agenda internacional esvaziada redireciona as atenções para a quinta rodada das negociações nucleares entre Estados Unidos e Irã, que acontecem em Roma e elevam o grau de tensão geopolítica no radar dos investidores.
Nos EUA, o único indicador de peso previsto para o dia é o dado de vendas de moradias novas em abril, que será divulgado às 11h (horário de Brasília). Ainda por lá, o mercado aguarda falas de dirigentes do Federal Reserve. Alberto Musalem e Jeffrey Schmid participam de um evento pela manhã, enquanto Lisa Cook discursa às 13h.
No Brasil, o noticiário corporativo traz como destaque a assembleia de acionistas da JBS, que irá votar a proposta de dupla listagem das ações da companhia.
A agenda de indicadores começa às 8h, com a FGV apresentando a prévia do IPC-S de maio, indicador importante para as projeções de inflação no curto prazo.
Também no radar está a palestra do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, marcada para as 14h em seminário da FGV IBRE.
Galípolo deve ser observado de perto, sobretudo após o recuo do Ministério da Fazenda sobre o aumento do IOF para remessas de fundos de investimento ao exterior — uma medida que havia sido anunciada na tarde de quinta-feira e revertida poucas horas depois, após forte reação negativa do mercado e temor de instabilidade cambial.
Já no fim da tarde, às 16h30, o diretor do Banco Central Paulo Picchetti encerra o dia com outra palestra na FGV IBRE.
No cenário europeu, os dados econômicos surpreenderam positivamente. A economia da Alemanha cresceu 0,4% no primeiro trimestre deste ano, segundo revisão divulgada nesta manhã pelo Escritório Federal de Estatísticas do país.
O resultado, que representa o melhor desempenho trimestral desde 2022, foi impulsionado por uma recuperação mais forte do que o previsto na indústria e nas exportações.
No Reino Unido, as vendas no varejo subiram 1,2% em abril, também acima do esperado. O avanço foi atribuído principalmente ao bom desempenho das lojas de alimentos, beneficiadas por condições climáticas favoráveis ao longo do mês.
Os mercados internacionais amanheceram sem direção definida nesta sexta-feira, 23. O Nikkei, do Japão, subiu 0,47%, após dados mostrarem que a inflação central do país acelerou para 3,5% em abril — puxada por preços de alimentos como o arroz. Em Singapura, a inflação também veio acima do esperado, reforçando preocupações com pressões inflacionárias na região.
Na Europa, os principais índices operavam mistos por volta das 7h20 (horário de Brasília), após a divulgação de dados que mostraram recuperação da economia na região.
O índice europeu Stoxx 600 recuava 0,03%, enquanto o FTSE 100, de Londres, subia 0,09%. Em Frankfurt, o DAX avançava 0,17%, puxado pelo dado revisado de crescimento de 0,4% no PIB alemão do primeiro trimestre. Já em Paris, o CAC 40 caía 0,42%, contrariando a tendência dos pares.
Nos Estados Unidos, os futuros de Wall Street operavam em leve baixa no mesmo horário. Os contratos futuros do Dow Jones caíam 0,12%, enquanto os do S&P 500 recuavam 0,09% e os do Nasdaq perdiam 0,07%.
Investidores seguem avaliando o impacto da alta recente dos juros dos Treasurys e os desdobramentos fiscais do pacote de estímulos aprovado pela Câmara dos Representantes. Na véspera, o S&P 500 e o Dow Jones fecharam em queda pelo terceiro dia consecutivo, enquanto o Nasdaq registrou leve alta.