Redação Exame
Publicado em 2 de maio de 2024 às 06h51.
A Exxon Mobil deve ser autorizada a comprar a Pioneer Natural Resources (empresa de petróleo de xisto) por US$ 60 bilhões nos próximos dias pela Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, sigla em inglês). Segundo a Bloomberg. havia uma chance da agência bloquear o negócio em razão de questões envolvendo concorrência.
A gigante petrolífera fez um acordo com autoridade antitruste dos EUA para não incluir o ex-CEO da Pioneer, Scott Sheffield, em seu conselho de administração. A FTC deverá explicar ainda nesta semana que Sheffield se envolveu em atividades que poderiam ter aumentado o preço do petróleo. Essas alegações mostrarão que Sheffield enviou centenas de mensagens a representantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre a dinâmica do mercado, como preços e níveis de produção.
Caso esse acordo realmente vingue, a compra da Exxon deve ser aprovada nas próximas semanas. O prazo regulamentar de 30 dias pode ser estendido se os reguladores e a empresa concordarem em continuar trabalhando para resolver questões de concorrência.
A diretora financeira da Exxon, Kathy Mikells, disse na semana passada que a empresa manteve um diálogo “produtivo” com a FTC e espera fechar o negócio neste trimestre.
A aquisição da Pioneer pela gigante petrolífera do Texas é observada de perto pelo setor de petróleo e gás natural dos EUA - que registrou aquisições no valor de US$ 230 bilhões no ano passado.Em março, mais de 50 parlamentares apelaram à agência para aumentar o escrutínio dos negócios de petróleo e gás, temendo que as últimas movimentação do setor (e uma possível concentração de mercado) pudessem aumentar os preços para os consumidores. A administração Biden tem tido uma relação difícil com a indústria e com a Exxon nos últimos anos, acusando a petrolífera de ganhar “mais dinheiro do que Deus” quando os preços da gasolina dispararam em 2022.