Presidente da Volkswagen, Herbert Diess: acusação de fraude no mercado financeiro. (Wolfgang Rattay/Reuters)
Tais Laporta
Publicado em 24 de setembro de 2019 às 17h43.
Última atualização em 24 de setembro de 2019 às 17h44.
Procuradores alemães fizeram acusações criminais de manipulação do mercado de ações contra o presidente da Volkswagen , Herbert Diess, o ex-presidente Martin Winterkorn e o presidente do conselho, Hans Dieter Poetsch, devido ao escândalo da fraude de emissões de poluentes da montadora em 2015.
As ações da Volkswagen negociadas em Frankfurt recuaram mais de 2% nesta sessão, negociadas a 155 euros. Nos dias seguintes à irrupção do escândalo, os papéis da empresa perderam 37% do valor.
Os acusados agiram intencionalmente ao não informar os investidores a tempo sobre o impacto financeiro do escândalo, disse a Procuradoria de Braunschweig, cidade do norte da Alemanha, nesta terça-feira. Se os investidores tivessem conhecimento da fraude, poderiam ter vendido as ações mais cedo ou evitado fazer aquisições, argumentaram.
Existem processos em andamento devido à admissão da empresa, em 2015, de que usou um software de controle de motores ilegal para burlar testes de emissões de poluentes. O indiciamento dos procuradores de Braunschweig é parte de uma investida legal separada para julgar executivos devido a alegações de que adiaram a revelação do escândalo aos investidores.
O advogado de Diess disse em um comunicado que o CEO não poderia ter previsto a reação negativa do mercado financeiro e que continuará em seu cargo sem impedimentos.
Winterkorn renunciou dias após o surgimento do escândalo. No início de 2017, ele disse a parlamentares alemães que não soube da fraude antes de a VW admiti-la oficialmente.