Tela do aplicativo da 99: frente de pagamentos quer aumentar base de clientes em 30% (Montagem de EXAME/ BongkarnThanyakij/Thinkstock)
Repórter de Invest
Publicado em 27 de maio de 2024 às 07h01.
Pouco antes de completar quatro anos no mercado, a 99Pay, carteira digital do aplicativo de corridas 99, adotou uma nova meta: aumentar em 30% sua base de clientes, alcançando 20 milhões de usuários ainda este ano. Para alcançar a marca, a fintech vai investir seis vezes mais em marketing e engajamento de usuários.
“A 99 tem 50 milhões de usuários, mas a 99Pay tem apenas 15 milhões. Um dos nossos objetivos principais é convidar quem já usa o aplicativo a conhecer a carteira digital”, disse Luiz Landgraff, diretor de estratégia e operações da 99, em entrevista exclusiva à EXAME Invest.
A instituição de pagamento nasceu em 2020, na pandemia, quando metade dos pagamentos de corridas da 99 ainda era feito em dinheiro e havia uma preocupação em reduzir o contato físico entre motoristas e usuários. Assim nasceu a carteira digital, para manter um saldo para pagamento de corridas que fizesse as vezes papel moeda. Para o motorista, um benefício extra: o retorno das corridas pode ser sacado no mesmo dia com o uso da carteira, enquanto o depósito para outros bancos permite apenas um resgate semanal.
A iniciativa faz parte de uma onda, capitaneada pelo varejo, em oferecer serviços financeiros dentro de suas plataformas – em especial nas frentes de pagamento e crédito. Entre os aplicativos de mobilidade, a 99 se diferencia de concorrentes, como a Uber, que preferem apostar em outras frentes de monetização.
“Somos a primeira carteira digital de um aplicativo de mobilidade. Como estamos dentro da 99, trazemos uma facilidade de acesso e desburocratização que atrai o usuário”, ressaltou Landgraff.
Do lançamento para cá, a carteira ganhou corpo com outras funcionalidades de olho no público principal da 99, que é a classe C. “O que os usuários mais conhecem é o pagamento de corridas, mas queremos mostrar que podem utilizar ainda mais a plataforma.”
Para além das corridas, os recursos mais usados são o pix e o pagamento de boletos parcelados. A fintech oferece ainda a possibilidade de recarga do celular, investimento em criptomoedas e conta com uma loja virtual dentro do app, a Loja 99.
Existe ainda uma ambição de conquistar o brasileiro que ainda não usa a 99 – nem para o transporte e nem para a carteira digital. Para isso, o foco é aumentar o reconhecimento da marca. Atualmente a 99 é a oitava maior carteira digital do Brasil, mas pretende ficar entre as cinco maiores do ranking com o novo posicionamento.
Entre os produtos, o microcrédito e o rendimento da conta devem ser os principais atrativos para quem ainda não usa a 99. A frente de microcrédito é a 99Empresta, que concede R$ 500 até R$ 10 mil, com ticket médio de R$ 2,5 mil. Em quatro anos foram R$ 700 milhões em crédito e 45 mil tomadores. Já a conta da 99Pay oferece um rendimento com liquidez diária de 110% do CDI para depósitos de até R$ 5 mil -- um dos retornos mais competitivos do mercado – e de 80% do CDI para valores que ultrapassarem esse montante.
Novos produtos também estão no radar, mas ainda sem divulgação prevista. “Estamos focados em melhorar a experiência do usuário. Mas, depois disso, é uma evolução natural pensar em novas possibilidades”, concluiu o diretor.