Invest

Fuga de estrangeiros não deve ameaçar emergentes, diz EXAME Gavekal

Investidores temem que o aumento dos rendimentos dos títulos dos EUA possa desencadear uma fuga de capital das economias emergentes

EUA: títulos de dez anos do tesouro dos EUA subiram 38 pontos-base, ou 0,38 ponto percewntual, nas últimas quatro semanas (Brendan Mcdermid/Reuters)

EUA: títulos de dez anos do tesouro dos EUA subiram 38 pontos-base, ou 0,38 ponto percewntual, nas últimas quatro semanas (Brendan Mcdermid/Reuters)

Os rendimentos dos títulos de dez anos do Tesouro dos Estados Unidos têm subido constantemente nas últimas quatro semanas. Dessa forma, muitos investidores passaram a repensar os investimentos em ativos de mercados emergentes.

Mas, de acordo com o analista sênior de mercados emergentes da Gavekal Research, Udith Sikand, e o analista de desenvolvimento macroeconômico e estratégias de investimentos da Ásia, Vincent Tsui, o aumento dos rendimentos dos títulos dos Estados Unidos não deve, necessariamente, representar uma ameaça aos mercados emergentes.

Diversificar a carteira no exterior é cada vez mais fundamental. Tenha acesso às melhores análises sobre a economia global

Em relatório da EXAME Gavekal Research, a parceria entre as duas casas de análise, Sikand e Tsui afirmam que há razões sólidas para pensar que desta vez pode ser diferente, pelo menos para alguns mercados emergentes. É uma referência a eventos da década de 1990 que resultaram em fuga de capital, como as crises do México e a da Rússia.

Segundo os dois especialistas, o medo dos investidores está relacionado com a possibilidade de o aumento dos rendimentos dos títulos americanos desencadear uma fuga de capital dos emergentes. Isso poderia pressionar as moedas desses países e gerar quedas nos preços dos ativos locais, o que iria acelerar mais as saídas de capital.

Os analistas da Gavekal Research listaram algumas razões para reforçar a tese de que rendimentos mais altos nos títulos dos EUA não afetarão os mercados emergentes:

  • Para eles, atualmente, a maioria dos mercados emergentes – incluindo as "cinco frágeis economias" da Indonésia, da Índia, do Brasil, da África do Sul e da Turquia – desfrutam de posições externas mais fortes do que em qualquer momento dos últimos anos, com déficits muito menores ou superávits em conta corrente. "Isso as deixa em posição muito melhor para absorver a potencial volatilidade como consequência do aumento dos rendimentos dos títulos americanos", destaca o relatório da EXAME Gavekal Research.
  • Os especialistas também salientam que o resultado de uma recuperação contínua dos Estados Unidos pode acabar em um aumento no déficit em conta corrente (que considera as transações com o exterior) do país.

Com isso, poderá haver um impulso nas exportações dos mercados emergentes e também um apoio à recuperação na demanda doméstica desses mercados, dada a forte correlação entre o ciclo de exportação e os ciclos de investimento domésticos.

"Isso indica que existe o risco de que um aumento contínuo nos rendimentos dos títulos americanos possa levar a reações 'não convencionais', à medida que os legisladores cedem à tentação de dobrar as medidas de flexibilização quantitativa a que alguns recorreram no ano passado", pontuaram os analistas da Gavekal Research .

Acompanhe tudo sobre:Brasil-EUAEstados Unidos (EUA)Exame ResearchPaíses emergentesTítulos públicos

Mais de Invest

Mutirão de negociação: consumidores endividados têm até dia 30 para renegociar dívidas

Black Fralda dará descontos de até 70% em produtos infantis e sorteio de R$ 500 em fraldas

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Loteria dos EUA busca apostador que ganhou R$ 17 milhões e não buscou prêmio