Operadores na Bolsa de Nova York: índice S&P 500 já quebrou o recorde 54 vezes neste ano | Foto: Brendan McDermid/Reuters (Brendan McDermid/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2021 às 15h39.
Última atualização em 8 de setembro de 2021 às 15h44.
O S&P 500, o índice de ações mais representativo das bolsas em Nova York, já quebrou o seu recorde histórico 54 vezes neste ano. A variação acumulada até a última terça-feira, dia 7, chegava a 20,1%. É uma fase de euforia que reforça o apelo do maior mercado acionário do mundo. Mas cujos melhores dias podem ter ficado para trás.
O alerta é dado por Tan Kai Xian, estatístico e analista da Gavekal Research, uma das mais respeitadas casas independentes de análise macro global do mundo, cujos relatórios são distribuídos no Brasil com exclusividade pela EXAME, em parceria que deu origem à EXAME Gavekal Research.
Tamanha valorização até aqui teve razão de ser: os lucros consolidados de uma amostra de 453 empresas que integram o S&P 500 praticamente dobraram (+99%) no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, em que os números foram fortemente impactados pela primeira onda da pandemia. Mas houve forte avanço também na base trimestral.
"Esse crescimento está fadado a enfraquecer no segundo semestre, à medida que o impacto da reabertura econômica e dos estímulos governamentais diminuam, e as crescentes pressões salariais comecem a apertar as margens das empresas", escreve em relatório Tan Kai Xian.
"Como resultado, o aumento dos lucros corporativos terá menos força", aponta o analista. O menor crescimento dos lucros nos próximos meses pode não corresponder à projeção para os múltiplos, o que levaria a uma correção.
Tan Kai Xian faz o esclarecimento de que essa leitura do cenário não significa uma perspectiva de baixa para as ações nos Estados Unidos. Mas afirma: "com muitas oportunidades de contratempos no futuro no curto prazo, os investidores fariam bem em manter pelo menos parte de sua pólvora seca".