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Europa fecha em direções divergentes após payroll

Na França, a sessão foi de perdas, pressionada pelo rebaixamento do rating (nota) do país de AA+ para AA pela agência Standard & Poor's (S&P)


	Bolsa de Lisboa: o índice PSI20, da Bolsa de Lisboa, apresentou o maior recuo do dia, encerrando com queda de 1,24%, aos 6.323,05 pontos
 (Mario Proenca/Bloomberg)

Bolsa de Lisboa: o índice PSI20, da Bolsa de Lisboa, apresentou o maior recuo do dia, encerrando com queda de 1,24%, aos 6.323,05 pontos (Mario Proenca/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2013 às 16h21.

São Paulo - Os mercados da Europa fecharam em direções opostas nesta sexta-feira, 8, após a divulgação do relatório sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, que registrou criação de empregos acima do esperado.

Embora num primeiro momento os números tenham fortalecido as expectativas de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) começar a reduzir os estímulos à economia em breve, uma releitura dos dados sugere que a recuperação no mercado de trabalho pode não ser tão sólida quanto parece.

O índice Europe Stoxx 600, que inclui ações de diversas bolsas europeias, encerrou em queda de 0,2%, aos 322,72 pontos, terminando a semana com ganho de 0,4%.

A economia norte-americana criou 204 mil empregos em outubro, bem acima da previsão de 120 mil novos postos de trabalho, e a taxa de desemprego subiu para 7,3%, ante estimativa de 7,4%. Além do número surpreendente de vagas criadas, o dado de setembro, que havia decepcionado, foi revisado para cima, de 148 mil vagas para 163 mil novas vagas.

Num primeiro momento, o relatório de emprego provocou baixas acentuadas nos índices do Velho Continente, diante da leitura de que o Fed poderia começar a reduzir os estímulos já em dezembro. No entanto, uma análise mais profunda dos dados fez com que alguns participantes dos mercados passassem a questionar certos detalhes. "Acho que há muito ceticismo em relação à qualidade deste número", disse o estrategista-chefe do ConvergEx Group, Nick Colas.

Entre as preocupações ressaltadas, está a qualidade das novas vagas. Como tem sido o caso ultimamente, a criação mais forte de empregos aconteceu em setores que, tradicionalmente, pagam menos. Além disso, muitas das vagas criadas que fortaleceram o resultado geral eram empregos de meio período, o que pode provocar revisões nos números à frente.

Na França, a sessão foi de perdas, pressionada pelo rebaixamento do rating (nota) do país de AA+ para AA pela agência Standard & Poor's (S&P).

O principal argumento é que as reformas executadas pelo governo francês no sistema tributário, no mercado de trabalho e em serviços dificilmente resultarão num aumento substancial das projeções de crescimento no médio prazo para o país. "Além disso, o espaço fiscal da França é limitado por sucessivas medidas do governo para aumentar os já elevados níveis tributários", afirmou a S&P.

Diante disso, os papéis da dívida francesa sofreram com a pressão de venda durante o dia e o preço dos títulos cai no mercado secundário, com correspondente alta nos yields dos papéis da dívida soberana da França. O índice CAC 40, da bolsa de Paris, fechou em baixa de 0,48%, aos 4.260,44 pontos. 


Na semana, a Bolsa de Paris fechou com queda de 0,30%. As ações dos bancos franceses lideraram as perdas nesta sexta-feira: o Société Generale caiu 2,3% e o BNP Paribas 1%. Já as ações da siderúrgica ArcelorMittal terminou com ganhos de 3,4%, beneficiada pelos comentários de analistas, que estão mais otimistas com as perspectivas da empresa para 2014.

Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,03%, aos 9.078,28 pontos, com alta de 0,78% na semana. Além dos dados do mercado de trabalho americano, a queda na bolsa da Alemanha foi pressionada pelo rebaixamento do rating da França pela S&P. As ações da Daimler caíram 1,4%, o Deutsche Post recuou 1,3% e os papéis da Basf perderam 0,6%. Nos destaques positivos, as ações da Lufthansa subiram 1,8%.

O índice PSI20, da Bolsa de Lisboa, apresentou o maior recuo do dia, encerrando com queda de 1,24%, aos 6.323,05 pontos. Na semana, contudo, a bolsa de Portugal somou os maiores ganhos da região, com alta de 1,36%, refletindo a melhora nas projeções da Comissão Europeia para o crescimento da economia de Portugal.

Pela manhã, o índice FTSE, de Londres, chegou a operar em baixa de 0,35%, mas às 13h24 (horário de Brasília), o índice virou e passou a subir 0,12%. A Bolsa de Londres terminou em alta de 0,17%, aos 6.708,42 pontos. Na semana, porém, o mercado fechou em queda de 0,39%.

As ações da International Airlines Group subiram 8%, após a British Airways relatar um lucro superior ao esperado. Os papéis da montadora Rolls-Royce também se valorizaram e tiveram ganhos de 3,4% após a empresa manter as perspectivas de receita e lucro para o ano.

Em Milão, o índice FTSE Mib fechou a sessão com ganhos, em alta de 0,5%, aos 18.961,71 pontos, mas com queda semanal de 1,14% - a maior da região.

As ações da Telecom Itália lideraram as perdas e caíram 5,6% depois de a empresa colocar € 1,3 bilhão (US$ 1,75 bilhão) em bônus conversíveis para novembro de 2016. A emissão faz parte do plano de venda da unidade da companhia na Argentina para fortalecer o capital da empresa. A emissão fechou com cupom anual de 6,125%.

A Bolsa de Madri também fechou em território positivo, com alta de 0,1%, aos 9.747,2 pontos. Na semana, entretanto, o índice Ibex acumulou queda de 0,93%. As ações da International Airlines Group (IAG), controladora da companhia aérea espanhola Iberia, foi o destaque do dia, com os papéis terminando em alta de 8,5% após apresentar lucro acima das estimativas no trimestre. As ações da empresa de viagens Amadeus ganharam 2,4%.

A Telefónica subiu 0,8% depois da melhora no lucro e das condições de negócios na Espanha. Entre as perdas, as ações do banco BBVA tiveram queda de 1,1%, e a petroleira Repsol teve perda de 1,5%.

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