Nova York - O euro caiu ao nível mais baixo em quatro meses frente ao dólar e recuou diante de outras moedas, devido ao temor de que o acordo para o pacote de ajuda financeira para Chipre, com confisco de depósitos bancários e perdas para os detentores de bônus da dívida sênior dos bancos, estabeleça um precedente para reestruturações bancárias em outros países da união monetária. A mínima do euro foi em US$ 1,2830, nível mais baixo desde 22 de novembro.

O euro inicialmente subiu em reação ao anúncio do acordo para a concessão de 10 bilhões de euros para Chipre, depois de uma semana de negociações tensas, mas passou a cair depois de o holandês Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo (que reúne os ministros das Finanças dos países da zona do euro), dizer que o caso de Chipre pode ser um modelo para a solução de problemas bancários futuros na zona do euro (por intermédio de uma porta-voz, ele tentou desmentir essas declarações mais tarde, mas o euro seguiu pressionado).

Para o estrategista Greg Anderson, do Citigroup, as declarações do ministro holandês foram "um lembrete paralisante de que algo semelhante poderá ser feito em qualquer outro país da zona do euro". "Sua fala sem dúvida deixou assustados os mercados de ativos", acrescentou. Segundo Charles St-Arnaud, da Nomura Securities, "muitos investidores estão preocupados com que, depois de uma semana turbulenta de negociações, isso possa acontecer de novo para o próximo programa europeu de ajuda".

A busca por ativos considerados seguros beneficiou o iene, que subiu frente ao euro e ao dólar. No fim da tarde em Nova York, o euro estava cotado a US$ 1,2854, de US$ 1,2989 na sexta-feira; o iene estava cotado a 94,21 por dólar, de 94,56 por dólar na sexta-feira, e a 121,01 por iene, de 122,75 por iene na sexta-feira. A libra estava cotada a US$ 1,5175, de US$ 1,5230 na sexta-feira. As informações são da Dow Jones.