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EUA: Jerome Powell, presidente do Fed, mostra firmeza contra a inflação

Powell alegou que a inflação segue alta, embora tenha cedido desde o seu pico

Fed: órgão financeiro é presidido por Jerome Powell (Al Drago/Getty Images)

Fed: órgão financeiro é presidido por Jerome Powell (Al Drago/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 25 de agosto de 2023 às 16h09.

Parar ou seguir com o aumento das taxas de juros? O presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central) americano, Jerome Powell, deu um primeiro sinal de resposta em seu discurso de abertura da reunião anual de banqueiros centrais de Jackson Hole (Wioming), ao reiterar que a porta está aberta para novos aumentos antes do fim do ano.

Neste encontro entre os principais bancos centrais mundiais, muito esperado pelos mercados, o discurso do titular do Fed não deu muito lugar a dúvidas sobre a determinação do Banco Central em conter a inflação por meio de uma política de juros "restritiva".

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Falando a um mês da próxima reunião do Comitê de Política Monetária do organismo (FOMC), Powell apontou que apesar de "a inflação ter cedido desde seu pico", também "segue muito alta".

Estamos prontos para aumentar ainda mais as taxas de juros caso seja necessário e temos a intenção de manter uma política monetária restritiva até que tenhamos a certeza de que a inflação se orienta de forma duradoura em direção ao nosso objetivo", acrescentou.

"Para levar a inflação de forma duradoura aos 2%, será necessário um período de crescimento econômico inferior à tendência (atual), assim como uma moderação das condições do mercado de trabalho", que segue com taxas de desemprego muito baixas de cerca de 3,6%, explicou Powell.

"Todo indício de um crescimento superior à tendência poderia bloquear futuros avanços em matéria de inflação e exigir um ajuste monetário", advertiu.

Há 18 meses, o Fed mantém o norte: aumentar suas taxas rapidamente para impedir que as expectativas de uma inflação duradouramente alta se consolidem, com riscos importantes para a economia.

Como resultado, desde março de 2022, a instituição aumentou 11 vezes suas taxas, as quais levou de um nível próximo a zero para um patamar de 5,25%-5,5%.

As taxas altas encarecem o crédito e desestimulam tanto o consumo como o investimento, baixando assim a pressão sobre os preços.

Em junho de 2022, a inflação teve um máximo próximo aos 9% anual, e depois veio caindo de forma sustentada para chegar aos 3% em junho, segundo o índice PCE, que é o mais seguido pelo Fed.

Muitos economistas concordam em que levá-la ao patamar dos 2% poderia ser a etapa mais difícil.

Sem consenso

No caso do Banco Central Europeu (BCE), cuja presidente Christine Lagarde falará no início da tarde desta sexta em Jackson Hole, a questão é basicamente a mesma.

O BCE aumentou suas taxas pelas primeira vez em meados de julho de 2022, e as elevou oito vezes desde então até os atuais 3,75%, um recorde desde a primavera (norte) de 2001.

A situação na zona do euro, no entanto, é mais complicada, com uma inflação que se modera, mas muito lentamente e se localiza ainda em 5,3% de acordo com a medição de julho. Porém, sobretudo, ocorre uma grande disparidade entre os países da União Europeia. A Espanha tem taxas abaixo de 2%, enquanto Alemanha e França apresentam registros mais altos e a Eslováquia supera os 10%.

Os membros do Fed têm diferentes opções sobre a importância de fazer uma pausa ou não nas altas das taxas. Alguns consideram que o grosso do trabalho já está feito, outros, mais ortodoxos, desejam continuar com as altas.

Nos Estados Unidos, apesar do rápido e amplo aumento das taxas, a economia está resistente.

Os mercados antecipam, com um consenso de 78% (era de 80% antes do discurso), uma nova pausa no ajuste monetário na próxima reunião do Fed em 20 de setembro, segundo dados do CME Group.

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