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"Esta empresa deverá ser a maior do mundo, mas prefiro ficar de fora do rali", diz Felipe Miranda

Fundador da Empiricus avalia que há "alta probabilidade" de Nvidia superar Apple e Microsoft em valor de mercado, mas acredita que ação pode estar cara, mesmo se a empresa entregar alto crescimento nos próximos anos; "se crescer 80%, não vale o que vale"

Felipe Miranda, co-CEO e fundador do Grupo Empiricus: "Entre comprar e vender Nvidia, prefiro comprar" (Exame/youtube/Reprodução)

Felipe Miranda, co-CEO e fundador do Grupo Empiricus: "Entre comprar e vender Nvidia, prefiro comprar" (Exame/youtube/Reprodução)

Publicado em 5 de março de 2024 às 06h20.

Última atualização em 5 de março de 2024 às 09h15.

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Felipe Miranda, fundador e co-CEO da Empiricus, avalia que o mundo está entrando no início de uma nova era, liderada pelos avanços relacionados à inteligência artificial (IA). Na sua avaliação, a IA deve ser "assustadoramente transformacional para a economia mundial.

"Estamos muito no começo. É uma tecnologia exponencial e o exponencial, no começo, não cresce rápido. Estamos no início de uma curva que ainda vai começar a empinar. Não é linear", afirma Miranda em entrevista ao programa Vozes do Mercado, da Exame Invest.

A virada, segundo o fundador da Empiricus, será quando a tecnologia fizer parte do cotidiano das pessoas. "Quando isso entrar para os smartphones e as pessoas começarem a conversar com a IA, as coisas mudarão muito. É ganho de produtividade para a sociedade. Isso não quer dizer que não terá perdedores. A IA vai criar mais empregos do que destruir, mas vai destruir muitos empregos."

Com a inteligência artificial ganhando cada vez mais importância, Miranda acredita que, provavelmente, deve ser uma questão de tempo até a Nvidia se tornar a maior empresa do mundo em valor de mercado. A companhia é fabricante dos principais chips para o processamento da IA. As ações da Nvidia subiram 480% desde o início do ano passado, elevando o valor da companhia para US$ 2,13 trilhões. Somente Apple e Microsoft possuem valor de mercado maior, de US$ 2,7 trilhões e US$ US$ 3,1 trilhões, respectivamente.

Fenômeno Nvidia

"Há uma alta probabilidade de a Nvidia se tornar a empresa mais valiosa do mundo. Todo mundo precisa dos chips e só ela tem. É um nível de tecnologia tão alto que não tem como replicar facilmente. Virou uma dinâmica de curto prazo em que o vencedor ganha tudo", diz Miranda.

A maior demanda por chips para a inteligência artificial, em 2023 fez disparar os números da Nvidia. O nível de receita da companhia disparou 265%, em um ano, e o lucro, 491%. Mas, para superar o valor de mercado da Microsoft e se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia ainda precisaria se valorizar 44%. Apesar do potencial, o fundador da Empiricus prefere ficar de fora desse jogo.

"Não tenho as ações da Nvidia. Não consigo justificar o valuation, então não tenho conforto. Como investidor, prefiro comprar Amazon. É mais simples, consigo fazer conta. Um negócio que cresce 250% pode crescer 350% ou 80%. Isso tudo é alto, mas se crescer 80% não vale o que vale. Se a Nvidia crescer 250% por cinco anos, ela está barata. Essa premissa pode até estar certa, mas incomoda."

Miranda, no entanto, considera que apostar na queda das ações pode ser ainda mais arriscado que ficar comprado. "A maior probabilidade é a ação continuar subindo. Mas não tento adivinhar o próximo preço. Compro pelo que acho que vale acrescido de algum desconto. Agora, se tivesse que escolher entre vender e comprar Nvidia, prefiro comprar."

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