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Esses analistas acreditam que o Meli vai subir ainda mais na bolsa

BTG Pactual eleva preço-alvo da ação do Mercado Livre e reitera recomendação de compra do papel

Mercado Livre: frete grátis deve continuar pressionando margem  (Divulgação/Divulgação)

Mercado Livre: frete grátis deve continuar pressionando margem (Divulgação/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 17h01.

Com vantangens competitivas difíceis de replicar e forte momentum do GMV (volume bruto negociado), o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) elevou o preço-alvo para as ações do Mercado Livre, de US$ 2.753 para US$ 2.835. O banco reiterou sua recomendação de compra para o papel. Segundo o BTG, a companhia possui "logística incomparável", está sabendo integrar a vertical de serviços financeiros ao seu core business e isso reforça uma visão construtiva de longo prazo para a gigante do varejo.

O ajuste de preço foi impulsionado por estimativas mais altas de crescimento, embora margens permaneçam pressionadas no curto prazo, por conta da prática de frete grátis em produtos de menor valor e em entregas rápidas.

O GMV projetado foi revisado para cima em 2%, enquanto as estimativas de EBIT (lucro antes juros e impostos) e lucro líquido foram reduzidas em 3% e 4%, respectivamente, em relação às projeções anteriores.

De acordo com relatório, o ambiente competitivo do e-commerce na América Latina voltou a privilegiar estratégias de preço mais agressivas, com a Amazon acelerando incentivos a vendedores e competidores estrangeiros reforçando suas operações locais.

No entanto, com o papel sendo negociado a 36 vezes o lucro projetado para 2026, o potencial de valorização dependerá cada vez mais da capacidade da companhia de converter crescimento de receita em recuperação sustentável de margens.

Crédito

O ecossistema de crédito do Mercado Livre registrou, em outubro de 2025, uma leve expansão mês a mês, acompanhada de melhora nos índices de inadimplência. O BTG Pactual acompanha mensalmente o desempenho dos três principais FIDCs (fundos de investimentos em direitos creditórios) da companhia, que somaram R$ 7,1 bilhões no mês, alta de 2,3% em relação a setembro e queda de 0,3% na comparação anual.

Os FIDCs usados como fonte de financiamento no mercado local, ainda representam cerca de 25% da carteira de crédito do MELI no Brasil. Por mudanças contábeis em um dos fundos, o banco não considera carteiras com mais de 360 dias.

Os dados mostram que a carteira avançou R$ 156 milhões no mês e R$ 241 milhões no acumulado do ano. A inadimplência inicial, de atrasos inferiores a 90 dias, recuou 7 pontos-base e passou a representar 8,1% da carteira. Já os atrasos superiores a 90 dias tiveram queda expressiva de 248 pontos-base, para 15%.

Nos resultados trimestrais mais recentes, o Mercado Crédito apresentou forte expansão de 83% em 12 meses e de 18% frente ao trimestre anterior, atingindo US$ 11 bilhões. Segundo BTG, o desempenho foi impulsionado pelo crescimento robusto do crédito ao consumidor, que já representa 37% da carteira, e pelos cartões de crédito, com 44%.

Já a margem financeira líquida ajustada pelo risco encolheu 2 pontos percentuais no trimestre, para 21%, e acumula queda de 320 pontos-base em 12 meses. Reflexo, em parte, do aumento do custo de financiamento na Argentina. Excluindo o mercado argentino, a compressão teria sido inferior a 1 ponto percentual.

Enquanto isso, a penetração do crédito entre vendedores do marketplace também aumentou, passando de 28,4% no segundo trimestre para 29,7% no terceiro trimestre. A relação entre atrasos acima de 90 dias e o total da carteira (NPLs) caiu para 17,6%, recuo anual de 30 pontos-base e trimestral de 90 pontos-base. Entre atrasos de 15 a 90 dias, a queda anual foi de 100 pontos-base.

No Brasil, o Meli emitiu um número recorde de cartões de crédito no trimestre, ao mesmo tempo em que a taxa de inadimplência já no primeiro pagamento (first payment default) atingiu mínima histórica. A companhia afirmou ainda que as cortes (grupo de clientes que recebeu um cartão de crédito em um mesmo período) de cartões no México seguem mostrando melhora consistente em direção ao ponto de equilíbrio, com metade da carteira brasileira já operando de forma lucrativa.

Estimativas de crescimento nos próximos anos

O BTG Pactual projeta crescimento consistente para o Mercado Livre nos próximos anos, com aumento de receita, EBITDA e lucro líquido. Para 2025, a receita é estimada em US$ 28,6 bilhões, avançando para US$ 35,8 bilhões em 2026 e US$ 44,1 bilhões em 2027. O EBITDA deve passar de US$ 4,0 bilhões em 2025 para US$ 5,4 bilhões em 2026 e US$ 7,0 bilhões em 2027. O lucro líquido projetado é de US$ 2,0 bilhões em 2025, chegando a US$ 2,9 bilhões em 2026 e US$ 3,9 bilhões em 2027.

O lucro por ação (EPS) deve acompanhar esse crescimento, saindo de US$ 40,3 em 2025 para US$ 57,5 em 2026 e US$ 76,3 em 2027, enquanto o dividendo líquido por ação (Net DPS) permanece projetado em zero durante o período.

Em termos de valuation, o múltiplo P/L (Preço sobre Lucro) deve cair de 50,9 vezes em 2025 para 35,6 vezes em 2026 e 26,9 vezes em 2027, enquanto o EV/EBITDA acompanha tendência similar, saindo de 25 vezes neste ano para 18 vezes em 2026 e 13,5 vezes em 2027. No geral, as projeções do BTG refletem expectativa de crescimento robusto e sustentável do Mercado Livre, apoiado na expansão do e-commerce na América Latina, na vertical de fintech e no fortalecimento da rede de vendedores e consumidores da plataforma.

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