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Esses analistas acreditam que a Selic vai demorar mais tempo para cair: veja a previsão

Economia dá sinais de equilíbrio, mas pressão por gastos em ano de eleição torna o cenário mais desafiador para o Banco Central trazer inflação ao centro da meta

Selic: XP adia corte de juros de janeiro para março de 2026 (Lula Marques/Agência Brasil)

Selic: XP adia corte de juros de janeiro para março de 2026 (Lula Marques/Agência Brasil)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 7 de outubro de 2025 às 11h08.

A grande maioria do mercado acredita que o corte de juros no Brasil irá começar em 2026 — no entanto, as projeções divergem em relação ao momento exato em que isso vai acontecer. A equipe de Caio Megale, economista-chefe da XP, acaba de revisar sua previsão — passando o início do alívio monetário de janeiro para março do ano que vem. A casa, porém, não mudou se estimativa para a Selic ao final de 2026, em 12%.

Na visão do time, ainda que o cenário global esteja positivo para mercados emergentes, com o início do corte de juros nos Estados Unidos, os riscos fiscais no Brasil permanecem elevados, diante de pressões por elevação de despesas. Assim, o Banco Central (BC) segue tendo dificuldades em trazer a inflação para a meta de 3%.

Os economistas reconhecem que a economia brasileira está se reequilibrando gradualmente, com sinais de desaceleração econômica, o que sugere menor pressão inflacionária no curto prazo. O dólar mais fraco também deve contribuir para manter preços sob controle.

"Apesar do cenário estar relativamente como o esperado, adiamos o início do ciclo de corte de juros em uma reunião do Copom, de janeiro para março, refletindo a comunicação mais dura dos diretores do BCB", diz o relatório da XP.

“Há estímulos governamentais a caminho, focando as eleições de 2026, que devem reaquecer a demanda doméstica”, afirmam os analistas.

Incertezas fiscais elevadas, números do balanço de pagamentos de deteriorando e cenário política/eleitoral nebuloso, são alguns dos aspectos que prejudicam a visão da economia brasileira.

“De fato, considerando que o balanço de riscos está inclinado para cima – mais estímulos fiscais levando a uma demanda doméstica mais forte, inflação mais elevada e déficit em conta corrente maior –, é razoável que o Copom adote uma postura mais cautelosa, mesmo com o cenário-base evoluindo conforme o esperado”, escrevem.

Segundo a equipe da XP, reformas fiscais que reduzam o ritmo de crescimento das despesas são necessárias para a política monetária voltar à neutralidade, em torno de 5,50% em termos reais.

“Sem reformas, a alta da dívida pública pode reacender o debate sobre dominância fiscal que ocorreu no quarto trimestre de 2024.”

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