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Esse investidor previu o tombo nas ações da Tesla. E alerta que ainda há mais por vir

Falta de foco de Elon Musk e boicote da marca por polêmicas envolvendo seu papel no governo Trump se somam a vendas já fracas dos veículos elétricos, aponta Ross Gerber: "Não vejo caminho para recuperação"

Elon Musk durante a posse de Trump: laços políticos têm provocado boicote à marca (Chip Somodevilla / POOL / /AFP)

Elon Musk durante a posse de Trump: laços políticos têm provocado boicote à marca (Chip Somodevilla / POOL / /AFP)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 16 de março de 2025 às 10h55.

As ações da Tesla despencaram 48% desde seu pico em meados de dezembro – mas ainda não estão baratas o suficiente para atrair novamente o investidor de longa data Ross Gerber, que administra uma gestora com US$ 3 bilhões em ativos.

Em entrevista à Business Insider no mês passado, ele projetou uma queda de até 50% nas ações da montadora em 2025, apontando a falta de foco do CEO Elon Musk, que se divide entre diversos projetos, como a SpaceX, xAI e X (antigo Twitter).

Dito e feito, desde seus comentários no final de fevereiro, os papéis recuaram mais 31%.

Esta semana o investidor reiterou sua visão pessimista. "Não vejo um caminho claro para a recuperação neste ano", declarou em nova entrevista ao Business Insider.

De acordo com o veículo, Gerber vem agindo de acordo com suas recomendações e reduziu a participação na Tesla em pelo menos um terço em 2024, de acordo com documentos regulatórios.

A Tesla ainda está cara

Mesmo após a forte correção, Gerber considera que as ações da Tesla continuam supervalorizadas. Ele acredita que a empresa precisará aumentar seus lucros para justificar sua precificação atual. "Se eu tenho US$ 5 por ação em lucros, a 50 vezes o lucro, chego a US$ 250 [a cotação atual]. Mas eles não têm um caminho para isso", disse o investidor.

Os lucros por ação da Tesla caíram 52% em 2024, para US$ 2,04. Analistas projetam que a empresa possa atingir US$ 2,75 por ação em 2025 e US$ 3,65 em 2026.

Mas essas estimativas estão sob questionamento diante do ambiente econômico incerto e da queda nas vendas globais da companhia.

Outro fator que pode impactar o desempenho da Tesla, segundo Gerber, são as polêmicas políticas de Elon Musk. "Não é surpreendente que uma ação negociada a 150 vezes os lucros tenha caído", afirmou.

Mercado de usados prejudica a Tesla

Outro desafio apontado por Gerber é o mercado de carros usados. Segundo ele, a alta qualidade dos veículos Tesla faz com que haja pouca demanda por substituição.

"Os Teslas não se desgastam rapidamente, então você não tem uma grande demanda de reposição. Eles têm o problema da Apple: o produto é tão bom que os consumidores não sentem necessidade de trocar", explicou.

Além disso, a baixa dos preços no mercado de seminovos, impulsionada pelo desinteresse de alguns consumidores devido às opiniões políticas de Musk, torna menos atraente comprar um carro novo diretamente da Tesla.

"A menos que o hardware seja significativamente melhor, não há um grande incentivo para fazer um upgrade, especialmente em um ambiente inflacionário", ponderou.

A montadora enfrenta um período desafiador, e a previsão de um de seus primeiros investidores sugere que o pior ainda pode estar por vir.

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