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O que esperar das ofertas de ações em abril

São Paulo - Os investidores acompanharam um mercado de ações turbulento no começo do ano. O Ibovespa, principal índice de ações da BM&FBovespa, subiu apenas 2%. O fraco desempenho afetou de forma direta as novas ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) das empresas brasileiras. "O número de IPOs daqui para frente está quase […]

OSX: o último IPO da BM&FBovespa precisou ser reduzido para atender o menor apetite do mercado  (.)

OSX: o último IPO da BM&FBovespa precisou ser reduzido para atender o menor apetite do mercado (.)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2010 às 10h04.

São Paulo - Os investidores acompanharam um mercado de ações turbulento no começo do ano. O Ibovespa, principal índice de ações da BM&FBovespa, subiu apenas 2%. O fraco desempenho afetou de forma direta as novas ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) das empresas brasileiras.

"O número de IPOs daqui para frente está quase totalmente relacionado ao modo como o mercado de ações se comportar. Se o mercado subir, veremos mais operações", analisa Jay R. Ritter, professor de finanças da universidade da Flórida e maior especialista do assunto no mundo.

Foram 4 IPOs em 2010: Aliansce Shopping Centers, Multiplus, BR Properties e OSX Brasil. As empresas Inpar, PDG Realty e Gafisa, que já estavam em bolsa, venderam mais papéis. Para abril, já estão agendados mais dois IPOs (Ecorodovias e Julio Simões) e outras duas ofertas (Hypermarcas e Even).

Apesar de ser o maior número de operações realizadas no primeiro trimestre desde 2007, houve tropeços. Algumas empresas, como a International Meal Company e a Renova Energia, suspenderam ou adiaram as operações para esperar um ambiente mais favorável. Além disso, os investidores foram mais resistentes aos preços de algumas empresas, como os da OSX, que precisou reduzir a captação para conseguir compradores.

Nova realidade

Além das que já publicaram o calendário das ofertas, outras 6 já indicaram as intenções de realizar o IPO e 2 de vender mais papéis. Porém, para atraírem investidores, os coordenadores precisam ficar atentos às demandas do mercado. "O IPO da OSX foi um grande teste de realidade. O apetite diminuiu com a volatilidade. O investidor está mais seletivo e pedindo preços mais justos para empresas em setores inéditos na bolsa", indica Priscila Araújo Simon, sócia da Victoire Brasil Investimentos.

Nick Robinson, gerente de investimentos em ações para mercados emergentes da escocesa Aberdeen, maior da Escócia, disse que não enxerga boas oportunidades entre as próximas a lançar ações. "Estamos seguindo os IPOs de perto. Entretanto, parecemos estar próximo ao fechamento da janela para as ofertas. Recentemente vimos poucas empresas que nos chamaram atenção como investimentos. A Fleury foi a última que nos interessou", explica Robinson.

A sócia da inglesa Hexam e co-gestora do Fundo de Mercados Emergentes da Ignis International,  Marina Akopian, explica que existem cinco importantes fatores que determinam uma decisão de investimento, são eles: potencial de crescimento, liquidez, câmbio, administração da empresa e valutation (processo de análise de valor da empresa).

"As companhias brasileiras têm forte potencial de crescimento e uma das melhores práticas de governança corporativa dos mercados emergentes, mas os preços das últimas ofertas foram oferecidos aos investidores a um nível muito elevado", conta Marina. Com a percepção generalizada de que os preços estão altos no Brasil, as ofertas de empresas que já possuem ações em bolsa podem ganhar espaço. "O volume dessas ofertas é mais estável que os IPOs e, além disso, são mais fáceis de serem precificadas", diz Ritter.

Próximas operações:

-IPOs-

Ecorodovias - estreia em 1º de abril.

Julio Simões - estreia em 19 de abril. Reservas entre 6 e 14 de abril.

Renova Energia - suspensa até maio.

Mills, GRV Solutions, WTorre, Sonae Sierra,  Norskan Offshore e Multiner - ainda sem o cronograma.

-Novas ofertas-

Hypermarcas - estreia em 5 de abril. Reservas até 30 de março.

Even - estreia em 19 de abril. Reservas entre 7 e 14 de abril.

Banco Cruzeiro do Sul e JBS - ainda sem o cronograma.

 

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