Mercados

Espanha capta € 3 bi com os juros mais altos desde novembro

Os juros para os títulos a três e seis meses foram de 2,5% e de 3,369%

Esta foi a primeira emissão do Tesouro depois que o governo espanhol solicitou formalmente a ajuda financeira para recapitalizar os bancos (Pedro Armestre/AFP)

Esta foi a primeira emissão do Tesouro depois que o governo espanhol solicitou formalmente a ajuda financeira para recapitalizar os bancos (Pedro Armestre/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2012 às 08h53.

Madri - O Tesouro Público espanhol captou nesta terça-feira 3,077 bilhões de euros em títulos a três e seis meses com juros de 2,5% e de 3,369%, os mais altos para uma emissão com essas características desde novembro.

Do total, 1,6 bilhão de euros foi captado em letras de três meses com juros de 2,5%, contra o 0,879% do leilão anterior; e 1,477 bilhão em letras a seis meses, com juros de 3,369%, quase o dobro que o Tesouro pagou em maio (1,1793%).

O valor captado superou o objetivo máximo da emissão, calculado entre dois e três bilhões de euros, e a proporção entre a demanda e o importe final foi muita alto, de 2,7 vezes, já que as entidades solicitaram mais de 8,3 bilhões de euro.

Esta foi a primeira emissão do Tesouro depois que o governo espanhol solicitou formalmente a ajuda financeira estipulado pelo Eurogrupo para recapitalizar os bancos.

Além disso, o leilão foi realizado nas vésperas da cúpula europeia que começa nesta quinta-feira, na qual os líderes da União Europeia debaterão uma maior integração fiscal e bancária.

Apesar da subida na rentabilidade, os juros oferecidos hoje pela Espanha para colocar suas letras a três e seis meses está muito longe do que foi pago em novembro (mais de 5%).

Na ocasião, com o Partido Popular recém chegado ao governo, o mercado mostrava sua impaciência com a Espanha à espera das primeira medidas do novo Executivo para cortar o déficit e sanear o setor financeiro.

Sete meses depois a Europa segue na expectativa de que a União Europeia encontre um meio de conciliar austeridade e crescimento, embora as expectativas diante da cúpula da quinta-feira estão 'se esfriando', segundo o departamento de análise do 'Bankinter'.

No mercado de dívida soberana, o prêmio de risco da Espanha sofria um ligeiro aumento do nível da abertura da sessão (512 pontos básicos) e se situava em 518 pontos por volta do meio da manhã (hora local).

Os juros do bônus espanhol a dez anos, cujo diferencial com o alemão de mesmo prazo mede o risco-país, passava de 6,61% para 6,69%.

O comissário europeu de Concorrência, Joaquín Almunia, considerou hoje 'exagerada' a pressão enfrentada tanto nos mercados da dívida soberana como em relação aos bancos espanhóis, que foram rebaixados pela agência de classificação de riscos Moody's ontem. EFE

Acompanhe tudo sobre:EspanhaEuropaJurosMercado financeiroPiigsTítulos públicos

Mais de Mercados

Venda de títulos por meio do Tesouro Direto será suspensa na terça por conta de greve de servidores

Goldman Sachs rebaixa Azul de compra para neutro e vê incertezas na renegociação de dívida

Ibovespa fecha em leve queda com fiscal no radar; Santos Brasil dispara 16%

Mercados abrem a semana com pessimismo na Europa e China no radar