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Escolhas de Lula, semana de balanços, dados da China e o que mais move o mercado

Cerca de 200 resultados do terceiro trimestre serão divulgados nesta semana; mercado se divide entre dados corporativos e cenário político

Luiz Inácio Lula da Silva: Transição de governos começa oficialmente nesta segunda (Buda/Getty Images)

Luiz Inácio Lula da Silva: Transição de governos começa oficialmente nesta segunda (Buda/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 7 de novembro de 2022 às 07h40.

Última atualização em 7 de novembro de 2022 às 08h04.

O mercado brasileiro se prepara para a semana mais intensa da temporada de balanços do terceiro trimestre. Até sexta-feira, 11, serão divulgados cerca de 200 resultados de empresas listadas na B3. Entre eles estão os de grandes bancos, como Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), e de algumas das principais varejistas do país, incluíndo Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3).

Para esta segunda-feira, 7, os balanços mais aguardados são os da Ambipar (AMBP3), EcoRodovias (ECOR3), GetNinjas (NINJ3), Soma (SOMA3), Movida (MOVI3) e Tupy (TUPY3), Direcional (DIRR3) e TIM (TIMS3) -- todos previstos para após o encerramento do pregão.

Quem será o ministro, Lula?

Em meio à enxurrada de resultados, investidores dividem a atenção com o cenário político. Com o resultado da eleição já definido, o mercado segue ansioso para saber quais nomes integrarão a equipe do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A grande expectativa é para a escolha do ministro da Fazenda.

Parte das apostas estão concentradas no ex-ministro Henrique Meirelles, mas as incertezas permanecem na mesa. A tendência é de que uma escolha mais pró-mercado impulsione os preços na bolsa e derrube (ainda mais) o dólar, com investidores precificando uma melhor percepção dos riscos ficais. Uma opção mais aliada à esquerda e ao aumento de gastos do governo, no entanto, tende a ter efeito contrário.

Na última semana, o mercado brasileiro teve uma das melhores performances do mundo, com o Ibovespa fechando em alta de mais de 3% e o dólar caindo de R$ 5,30 para R$ 5,06. O forte desempenho da bolsa e moeda brasileiras foi impulsionado pela entrada de estrangeiros e sinais de que a transição de governos ocorrerá de forma mais pacifica do que a inicialmente esperada. A transição, que será coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckimin, iniciará oficialmente nesta segunda.

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Mercado internacional: à espera do CPI

No mercado internacional, as principais bolsas de valores operam em leve alta nesta manhã, sem grandes catalisadores no radar. A espera no exterior é para o Índice de Preço ao Consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês), que será divulgado na quinta-feira, 10 -- mesmo dia em que sairá o IPCA no Brasil. 

Na última sexta-feira, 4, dados do mercado de trabalho americano passaram uma mensagem dúbia aos investidores, com a taxa de desemprego subindo acima da esperada, mas com a criação de empregos urbanos (payroll) superando as estimativas de economistas. No fim do dia, as bolsas de Nova York fecharam em alta, com  investidores aumentando levemente as apostas de que o Federal Reserve será menos duro na alta de juros de dezembro para não enfraquecer a economia americana, que já dá sinais de desaceleração.

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Desempenho dos indicadores às 7h40 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): + 0,42%
  • S&P 500 futuro (Nova York): + 0,41%
  • Nasdaq futuro (Nova York): + 0,36%
  • DAX (Frankfurt): + 0,82%
  • CAC 40 (Paris): - 0,02%
  • FTSE 100 (Londres): - 0,17%
  • Stoxx 600 (Europa): + 0,50%
  • Hang Seng (Hong Kong): + 2,69%

China: entre rumores e dados mais fracos

Dados desta madrugada também registraram o enfraquecimento econômico da China, que reduziu seu nível de exportações pela primeira vez desde 2020. A queda foi de 0,3% em outubro na comparação anual. As importações caíram 0,7%. Apesar dos dados mais fracos, os principais índices do mercado asiático fecharam em alta, ainda com esperanças de regras mais brandas no controle da covid-19 no país.

O governo local, no entanto, tem reiterado que deve seguir intrasigente em meio ao aumento do número de casos confirmados na China. Em coletiva de imprensa organizada no fim de semana, a Comissão Nacional de Saúde chinesa reafirmou a importância da política de covid zero.

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