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Escalada de conflito no Oriente Médio faz petróleo Brent ultrapassar US$ 80

Preço do petróleo sobe em meio a temores de conflito crescente no Oriente Médio

Preço do petróleo teve alta de 8% na última semana, a maior em sete dias desde janeiro de 2023. (Thinkstock/Thinkstock)

Preço do petróleo teve alta de 8% na última semana, a maior em sete dias desde janeiro de 2023. (Thinkstock/Thinkstock)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 8 de outubro de 2024 às 06h00.

O preço do petróleo Brent, referência global, registrou uma alta de até 2,4%, chegando a US$ 79,94 (R$ 439,67) por barril, impulsionado pelos temores de agravamento do conflito no Oriente Médio. Durante a tarde de segunda-feira, 7, o valor do barril alcançou US$ 81,64 (R$ 448,82), o maior valor desde maio deste ano. Às 5:30 da terça-feira, 8, o petróleo era negociado por US$ 79,51 (R$ 437,11). A escalada ocorreu após ataques com foguetes de Hamas contra Israel, que respondeu com bombardeios em Gaza e no Líbano. Na última semana, o preço do petróleo subiu mais de 8%, a maior valorização semanal desde janeiro de 2023, após um ataque com mísseis iranianos contra Israel.

De acordo com o Financial Times, a preocupação dos traders é de que a tensão possa levar a ataques contra a infraestrutura de energia na região, ou ainda resultar em perturbações no Estreito de Ormuz, uma rota crucial para o transporte de petróleo. Este cenário levou fundos de hedge, que apostavam na queda dos preços do petróleo, a reverem suas posições. Dados da ICE indicam que esses fundos reduziram suas apostas contra o Brent e aumentaram suas posições compradas na semana até 1º de outubro.

Entretanto, algumas operações automatizadas de fundos, que seguem tendências do mercado, ainda podem estar apostando na queda do petróleo, segundo a análise de um portfólio da Société Générale. A intensificação do conflito regional, combinada com as ações recentes de Israel, aumenta a especulação de possíveis interrupções na produção e no transporte de petróleo.

Tensão geopolítica

Israel recentemente marcou o primeiro aniversário do ataque de Hamas em 7 de outubro, com cerimônias interrompidas pelo lançamento de foguetes de Gaza. A situação foi agravada com a ofensiva israelense no norte de Gaza e operações terrestres no Líbano, onde forças israelenses enfrentam o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã. Este conflito eleva o receio de que a escalada envolva diretamente as instalações de petróleo iranianas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que Israel considerou atacar instalações de petróleo do Irã em resposta aos mísseis lançados pelo país contra Israel na semana passada. Embora Biden tenha sugerido que Israel explore outras opções, a tensão persistente na região segue como um fator de risco para o mercado de energia.

O Irã, que exporta cerca de 1,7 milhão de barris de petróleo por dia, enfrenta agora a possibilidade de que qualquer interrupção significativa na produção impacte os preços do Brent. Segundo o analista Daan Struyven, da Goldman Sachs, uma paralisação de seis meses que afete aproximadamente 1 milhão de barris diários poderia elevar o preço do Brent para US$ 85 (R$ 467,50) até o meio do próximo ano, caso a Opep não compense a escassez. Sem essa compensação, os preços poderiam atingir a faixa dos US$ 90 (R$ 495,00).

Para os investidores, o foco principal está no risco de um ciclo de ataques retaliatórios entre Israel e Irã, que poderia escalar para um conflito mais amplo e comprometer a oferta de petróleo em uma região já fragilizada. A volatilidade do mercado se mantém enquanto persiste a incerteza sobre o desfecho dessa crise.

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